29 de maio de 2012

BARCOS DE PAPEL - Guilherme de Almeida



Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar, pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.

Fazia, de papel, toda uma armada;
e, estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino,
ao longo das sarjetas, na enxurrada...

Fiquei moço, e hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são feitos de papel como aqueles,

perfeitamente, exatamente iguais...
— Que os meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!





Extraído do Blog Fatos E Ângulos

2 comentários:

  1. EU LI ESSE POEMA EM UM LIVRO DE PORTUGUÊS,QUANDO ESTAVA NO PRIMÁRIO E,ME APAIXONEI POR ESSE POEMA...ELE É LINDO!

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    1. É lindo mesmo. Obrigado pela visita e comentário, Patty.

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