18 de maio de 2012

PAQUISTÃO: CONTINUA VIVO SAADAT HASAN MANTO, ESCRITOR DA ERA DA PARTIÇÃO - Kumail Ahmed

Saadat Hasan Manto (1912-1955) foi um escritor de contos, dramaturgo e também tradutor da região de Punjab, na Índia. No último dia 11 de maio, o povo do subcontinente celebrou o aniversário de 100 anos de nascimento dele, destacando a importância do escritor na era da partição Índia-Paquistão. Conselhos de arte no Paquistão, além de clubes de imprensa e literários estão organizando festas para lembrar o legado e a importância dele na sociedade de hoje.

A contribuição básica de Manto para a literatura Urdu (em relação à partição) é que ele considerou a morte de milhares de hindus e muçulmanos durante a migração como um massacre da humanidade e não como de qualquer religião em particular. Ele disse:
"Não digam que cem mil hindus ou cem mil muçulmanos foram massacrados. Digam que duzentos mil seres humanos foram assassinados."

Esta foi a mensagem de Manto no momento em que a divisão religiosa estava em seu auge. As pessoas foram divididas - e isoladas - em diferenças religiosas e não consideraram a matança um grande crime contra a humanidade. Em tais momentos, Manto ressurgiu como um mensageiro do humanismo na literatura subcontinental. Ele escreveu dramas como ‘Toba Tek Singh' (nome de uma aldeia na região paquistanesa de Punjab), no qual destacou as misérias da partição.

Mas seria Manto relevante hoje em dia? Sim! Ele é definitivamente relevante. A crítica dele contra os valores hipócritas da sociedade, a atitude para com os tabus sociais e ethos [ur], além das reações extravagantes nas observações em relação aos Estados Unidos, fazem dele uma lenda viva. Manto, como Zahida Hina diz com razão, era um visionário.

A composição literária de Manto pode atualmente ajudar o Paquistão a sair do abismo do fundamentalismo e do extremismo que está aumentando dia a dia. As crises políticas e culturais que o Paquistão enfrenta hoje em dia foram previstas anos atrás por Manto em seu artigo ‘Allah ka bara fazl ha' (A benevolência de Deus é infinita).

A mídia social foi inundada com comentários sobre a vida de Manto e sua obra.

B. P. Singh elogia Manto com as seguintes palavras:
Homem perspicaz, um verdadeiro ser humano, tenho atuado em uma de suas peças na Índia, e realmente eu sigo alguns de seus escritos religiosamente. Se a humanidade seguir seriamente o espírito da escrita dele, o mundo vai se tornar realmente um paraíso! Uma verdadeira homenagem e saudação para uma pessoa do bem como “Manto”.
* Tradução de Kiria Cavalcanti

Extraído do sítio Global Voices

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