15 de maio de 2012

PRÊMIO PESSOA 2011 ENTREGUE A EDUARDO LOURENÇO



O filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço considerou hoje que a atribuição do Prémio Pessoa é, para si, "mais do que uma honra, uma dificuldade extrema em estar à altura da circunstância". 

"Se este prémio é um prémio particular, por muitos motivos, recebê-lo com essa assistência, da mão do nosso Presidente da República, é para mim mais do que uma honra, uma dificuldade extrema em estar à altura desta circunstância", disse Eduardo Lourenço hoje, em Lisboa. 

O filósofo e ensaísta falava após a atribuição do Prémio Pessoa 2011, que lhe foi entregue ao final da tarde de hoje (14), no auditório da Culturgest, em Lisboa, pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e por Francisco Pinto Balsemão, presidente do semanário Expresso, promotor do galardão, em colaboração com a Caixa Geral de Depósitos. 

"Um prémio, diz-se que não se agradece, mas nada impede que não reconheçamos a generosidade daqueles que o quiseram atribuir", disse Eduardo Lourenço, mencionando diretamente Pinto Balsemão, a quem agradeceu "o perfil generoso, amigo, de algum modo familiar". 

Eduardo Lourenço disse ainda recordar, "com uma certa distância e alguma saudade, as famosas noites em Seteais" -- onde o júri, que o filósofo já integrou, se reúne para atribuir o prémio --, e agradeceu também ao presidente da Caixa Geral de Depósitos, Fernando Faria de Oliveira, que há quatro anos se associou ao semanário Expresso, na atribuição do prémio. 

Admitindo não saber "exatamente o que queriam de si, se glosasse o tema das mesas redondas realizadas à tarde -- 'o Futuro de Portugal daqui a 25 anos'" -, Eduardo Lourenço disse ser "dotado de uma imaginação de grau zero".

"Não tenho qualidades da Sibila e também não quero ser Cassandra, num momento como o nosso", sublinhou, acrescentando que ia assim ler um pequeno texto "que nada tem a ver com essa preocupação natural nossa, neste momento, e com as reflexões a que ele se presta". 

O filósofo optou por aquilo que chamou "uma meditação pessoana, uma rápida evocação do patrono deste prémio. 

Não deixou, porém, de lembrar a dívida que tem para os que estão na origem dessa "espécie de iluminação", que foi para si a "descoberta da galáxia (Fernando Pessoa)". 

"Ainda não sabia que era uma galáxia, e uma galáxia de extensão infinita", disse, recordando um dos homens a quem Fernando Pessoa mais deve a glória, Adolfo Casaes Monteiro, "um grande crítico, grande poeta, um pouco esquecido", disse o filósofo, que recordou a sua antologia sobre Pessoa, na qual se encontrava já "o essencial do que Pessoa é e será para sempre". 

Extraído do sítio SIC Notícias

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