3 de dezembro de 2011

FERREIRA GULLAR E LAURENTINO GOMES FORAM OS GRANDES VENCEDORES DO PRÊMO JABUTI 2011

Foram anunciados na noite de 30 novembro, em cerimônia realizada na Sala São Paulo os vencedores do 53º Prêmio Jabuti. O livro de poesia “Em alguma parte alguma”, de Ferreira Gullar, ganhou o prêmio de livro do ano - ficção e o livro-reportagem “1822”, de Laurentino Gomes venceu o livro do ano - não-ficção.

Pedro Bial, mestre de cerimônias, conduziu a premiação ao lado de Karine Pansa, presidente da CBL e José Luiz Goldfarb, curador do prêmio. A festa contou com a presença de 1.200 convidados, maior público de toda a história do Jabuti.

O poeta Ferreira Gullar e o jornalista Laurentino Gomes são dois velhos conhecidos do Prêmio Jabuti e suas obras já tinham sido reconhecidas, em 2007 e 2008, respectivamente, com o título de Livro do Ano nesta que é uma das mais prestigiadas premiações literárias do País. Na noite de 30 de novembro, eles voltaram ao palco da Sala São Paulo, em festa comandada pelo jornalista Pedro Bial, para receber mais uma estatueta e outro cheque de R$ 30 mil.

Gullar disse que os jurados tinham
 sido muito generosos em escolher
 sua obra - Por: Divulgação
Gullar não publicava um livro inédito de poesia havia dez anos quando lançou, em 2010, "Em Alguma Parte Alguma" (José Olympio), agora considerado o Livro do Ano de Ficção. Se a premiação é um incentivo para continuar? "Incentivo não, porque nesta altura não dá para precisar de incentivo", disse o poeta de 81 anos. "Mas é gratificante porque o sentido da vida é o outro; e quando você ganha um prêmio, o outro é quem está te reconhecendo e dizendo que vale a pena."

Ao receber o troféu, disse que os jurados tinham sido muito generosos em escolher sua obra. Entre os concorrentes estavam Dalton Trevisan ("Desgracida"), José Castello ("Ribamar"), Marina Colasanti ("Antes de Virar Gente Grande e Outras Histórias") e Ruth Rocha ("Coleção Pessoinha"). O poeta aproveitou para homenagear sua editora, que completou 80 anos. 

Assim que Laurentino Gomes e seu "1822" (Nova Fronteira) foram anunciados como os grandes vencedores da noite da categoria não-ficção, o desenhista Mauricio de Sousa, com sua câmera caseira, juntou-se aos fotógrafos na frente do palco. Andava de um lado para o outro em busca do melhor ângulo enquanto Gomes defendia a contribuição de seus best-sellers - ele é autor do também premiado "1808" (Planeta) - para a ampliação do conhecimento da história do Brasil.

Laurentino destacou a importância de
 uma obra sobre história virar best-seller
- Por: Luiz Sett
i
"Sempre se disse que no Brasil, para um autor fazer sucesso, tinha que escrever livros de autoajuda, esoterismo ou literatura barata. E de repente, um livro de história está fazendo sucesso, ganhando prêmio e vendendo bastante", comentou mais tarde. Para ele, isso mostra a maturidade do mercado editorial, uma evolução dos próprios leitores, e, principalmente, a busca de explicações sobre o Brasil de hoje. "É a confirmação de um fenômeno importantíssimo hoje no Brasil que é o interesse pela sua história."

O sucesso do trabalho de Laurentino Gomes se justifica especialmente pela linguagem simples que adota. O jornalista afirmou que parte sempre do princípio de que o leitor não conhece aquele assunto e procura ser didático sem ser chato. Garantiu ainda que não preenche lacunas do conhecimento histórico com ficção e diálogos inventados, recurso adotado com frequência. Laurentino Gomes, que atualmente mora em Itu, se muda ainda este mês para os Estados Unidos. Até dezembro de 2012, espera terminar, em State College, na Pensilvânia, as pesquisas de seu próximo livro, que tratará sobre o período da Proclamação da República e fechará a trilogia sobre o Brasil no século 19. (AE)


Ler também: José Castello, Ferreira Gullar e Dalton Trevisan vencem o Prêmio Jabuti 2011

Fontes: sítios do 53º Prêmio Jabuti e jornal Cruzeiro do Sul

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