1 de dezembro de 2011

PRÊMIO CERVANTES 2011 VAI PARA O POETA CHILENO NICANOR PARRA


SANTIAGO — Depois dos prêmios Nobel concedidos a Pablo Neruda, em 1971, e a Gabriela Mistral, em 1945, o Chile celebra mais um reconhecimento de sua poesia - o Prêmio Cervantes-2011, considerado o maior das letras hispânicas, conferido a Nicanor Parra, de 97 anos, criador da 'antipoesia', que revolucionou a literatura com sua linguagem simples, inspirada no cotidiano.

Nicanor Parra
Possuidor de personalidade transgressora e extravagante, sua obra cativa, especialmente, as novas gerações, segundo os críticos. E tornou-se conhecido por terminar todos os seus recitais com a frase «Retrato-me de tudo o que disse».

"Ele faz uma poesia acessível do cotidiano, com versos extraordinários, com um enorme senso de humor", comentou o escritor e crítico literário chileno Camilo Marks.

O Prêmio Cervantes tem dotação de 125.000 euros (cerca de R$ 305 mil), e é entregue anualmente pelo rei espanhol Juan Carlos e sua esposa Sofia em 23 de abril, data da morte do escritor espanhol Miguel de Cervantes.

"Foi uma escolha justa para um extenso trabalho poético que transformou a maneira de fazer poesia em língua castelhana", considerou, por sua vez, Federico Schopf, outro crítico literário chileno .

Parra ficou conhecido por seus
poemas cheios de ironia
"É um prêmio que merecia há muito tempo", assinalou por sua vez Rodrigo Rojas, diretor da cadeira de Literatura da Universidade Diego Portales, da qual Parra é membro honorário.

Já era esperado que um autor latino-americano ganhasse esta edição do prêmio, já que a última vencedora foi a espanhola Ana María Matute. Existe uma convenção não escrita que estabelece que a distinção seja alternada entre nomes da América e da Espanha. 

Integrante de uma das famílias artísticas mais prolíferas do Chile - na qual se destaca a irmã folclorista Violeta Parra - ele é físico de profissão.

O olhar do mundo literário voltou-se para ele depois da publicação, em 1954, do livro "Poemas y antipoemas", no qual rompe com a poesia tradicional chilena, introduzindo humor, ironia e sarcasmo em seus versos.

"Com ele a poesia ganhou as ruas. Entrou no trivial", acrescentou o crítico chileno Camilo Marks.

Com o reconhecimento obtido nesta quinta-feira por Parra, o Chile soma três prêmios Cervantes, depois do obtido, em 1999, pelo ensaísta Jorge Edwards e o que recebeu, em 2003, o poeta recentemente falecido, Gonzalo Rojas.


O prêmio já foi concedido a escritores como os cubanos Alejo Carpentier, em 1977, o uruguaio Juan Carlos Onetti, em 1980, o paraguaio Augusto Roa Bastos, em 1989, o peruano Mario Vargas Llosa, em 1994, os mexicanos Octavio Paz, em 1981, e Carlos Fuentes, em 1987.




Fontes: sítios das agências ANSA, AFP e TFS Mobile.

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