A obra ''Talco'', do Argos Teatro, será a proposta cubana na VIII Mostra Latino-americana de Teatro de Grupo de São Paulo, a ser realizada nas próximas semanas na principal metrópole brasileira.Em declarações à Prensa Latina, o diretor da reconhecida companhia, Carlos Celdrán, destacou a relevância deste convite, já que esse festival é um dos mais importantes da América Latina.
Este ano, explicou, a mostra estará dedicada ao tema da violência, por isso que a peça escolhida por nós tenha sido 'Talco', um submundo onde as relações de mercado, a violência e a traição criam uma paisagem oculta, na qual a realidade contemporânea está presente.
A apresentação do grupo Argos Teatro será na sala Adhemar Guerra no próximo dia 20, com dupla função.
Prévio à apresentação no Brasil, Celdrán anunciou para amanhã a estréia de 'Fíchenla si pueden', uma versão livre de 'A Prostituta Respeitosa', do francês Jean-Paul Sartre.
A peça, cujo nome foi inspirado em um dos últimos contos do reconhecido dramaturgo cubano Virgilio Piñera, mantém a estrutura e as personagens originais, ainda que com uma dramaturgia mais em sintonia com o contexto atual da sociedade cubana, indicou Celdrán.
"Através dela, pretendemos enfatizar a responsabilidade individual que cada um deve assumir perante qualquer situação ou injustiça que se apresente na vida, já que todos somos donos de nossos critérios e devemos defendê-los contra qualquer mecanismo de pressão", enfatizou.
Interpretada pelo mesmo elenco de 'Talco', 'Fíchenla si pueden' conta a história de uma prostituta que, depois de sua chegada a Havana, será vítima de chantagens e pressões para obrigá-la a testemunhar contra um jovem, que tentam culpar por um crime que não cometeu.
À pergunta da Prensa Latina sobre a presença de Piñera em sua última apresentação, Celdrán respondeu que o autor da emblemática peça 'Aire Frío', incorporada recentemente ao repertório da companhia, é uma paixão para todos os artistas cubanos de teatro.
Virgilio é o escritor que melhor conseguiu representar dramaticamente o ser cubano, pela força de seu pensamento teatral e porque suas obras continuam tendo uma tremenda vigência na realidade do país. Para pensar Cuba e o teatro cubano, temos que pensar em Virgilio, afirmou.
Extraído do sítio Agência Prensa Latina
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