27 de abril de 2013

FEIRA PAN-AMAZÔNICA DO LIVRO: RAIMUNDO JINKINGS SERÁ HOMENAGEADO


Além de Ruy Barata, o grande homenageado, outra personalidade importante na atuação política e cultural de Belém, ganhará destaque na XVII Feira Pan Amazônica do Livro, que vai lembrar a vida e obra do livreiro e comunista Raimundo Jinkings, que tem uma trajetória de projeção nacional para o mercado literário e realizou inúmeras ações de incentivo à leitura em Belém. Podemos dizer que a história recente do livro em Belém do Pará, passa por ele.O Seminário Raimundo Jinkings será no dia 4 de maio, no Hangar. Na programação, as palestras: “Raimundo, relato de vida”, por Isa Jinkings (14h às 15h15) e “Jinkings, livreiro e formador”, por Amarílis Tupiassu (15h30 às 17h15). 

Nascido entre os trabalhadores rurais, no pequeno povoado de Turimirim, distrito do município de Santa Helena, no Maranhão, Raimundo Jinkings chegou a Belém em 1945, aos 18 anos. Era 29 de outubro de 1945, dia da deposição de Getúlio Vargas, provocada por um golpe do Exército, determinando o fim do Estado Novo.

Sempre com ideias de liberdade e democráticos, ele logo cedo começou a trabalhar como jornalista e bancário, dedicando-se às lutas de resistência dos trabalhadores contra a exploração capitalista e por sua emancipação econômica e política. Integrou o Partido Comunista Brasileiro, foi preso, teve seus direitos políticos cassados e foi sumariamente afastado de seu emprego em um banco estatal, pelo AI5, em dezembro de 1968. Era o início de um momento dos mais dolorosos para muitos brasileiros que lutavam contra a ditadura militar.


Quando saiu da prisão foi nos livros que Raimundo Jinkings buscou uma alternativa de sobrevivência. Leitor voraz, havia reunido em sua casa um rico acervo de livros, que comprava pelo reembolso postal, numa época na qual Belém carecia de livrarias. Foi esse contato próximo com editoras do sul do país que deu origem à Livraria Jinkings, ainda hoje é um marco na vida cultural paraense.

Na condição de livreiro, Jinkings exerceu importante atividade formativa e política, preservando seu espírito combativo mesmo diante de um Estado autoritário, que visava impedir a qualquer custo o pensamento emancipador. A Livraria fundada por ele converteu-se em um ponto de encontro de estudantes, professores, artistas e intelectuais em geral que buscavam ali não somente uma literatura crítica mas também um espaço de discussão e reflexão sobre os rumos do país.

A livraria Jinkings, situada na Rua dos Tamóios, no bairro de Batista campos se manteve atuante até os anos 1990, onde recebi inúmeros lançamentos de livros, reunindo a criançada em sessões de contação de histórias, aos sábado pela manhã, além de promover ações fora também, em sebos montados na Praça da República, onde se podia comprar livros de formação acadêmica e romances a preços bem baixos. Frequentada por intelectuais, estudantes e pessoas simplesmente interessadas em ler, a Livraria Jinkings faz parte do imaginário cultural de Belém.

Para o filho Álvaro Jinkings, esta homenagem é muito bem vinda. “Ele teve um papel importantíssimo no mercado literário do Pará, manteve contato com as principais editoras do sul e sudeste do país, trazendo para Belém acesso a livros que dificilmente chegariam aqui. E mais, é a primeira vez que um livreiro será homenageado na Feira Pan Amazônica do Livro”, finaliza.A XVII Feira Pan Amazônica do Livro abre no dia 26 de abril, às 19h, no Hangar, com um show que reunirá grandes nomes da Música Popular Paraense. “Vamos fazer um passeio pelo nosso repertório mais clássico. Teremos canções de Waldemar Henrique, Mestre Isoca, Chico Senna, Ruy Barata, interpretados por Camila Honda, Nana Reis, Liah Soares, Olivar Barreto e Paulo André Barata. Será um grande painel musical da nossa música autoral”, diz o músico Luiz Pardal, diretor do show. Além das interpretações de canções de autoria de compositores, que marcam a história da música paraense, a apresentação vai contar ainda com Tony Soares, Almirzinho Gabriel e Ronaldo Silva, entre outros.

SERVIÇO

A Feira do Livro, no dia 26 de abril, só será aberta às 19h. A partir do sábado, 17, ficará aberta das 10h às 22h, no Hangar, com entrada franca. Realização da SECULT e Secretaria Especial de Promoção Social, do Governo do Estado. Leia a programação no site: www.feiradolivro.pa.gov.br.

Extraído do sítio Diário do Pará

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