26 de dezembro de 2011

DICA: BORRALHEIRO - Minha Viagem Pela Casa

Formato: Livro
Editora: BERTRAND BRASIL
1ª ed. - 2011
256 p.
Assunto: CONTOS E CRÔNICAS

Sinopse: Uma revolução silenciosa tomou conta dos hábitos. Começou, de modo discreto, com uma maior participação na paternidade, seguiu para a cozinha, a lavanderia, e já se pode dizer que não há como contê-la. O homem é o novo dono do lar. O novo romântico. O novo casamenteiro. Não tem vergonha de chorar, lembra a data do primeiro beijo e conhece de cor e salteado onde ficam as toalhas e quais estão secas. Depois dos sucessos de Canalha! e Mulher Perdigueira, Carpinejar retrata a mudança do comportamento masculino. Descobre agora o Borralheiro, personagem que não se sente menosprezado por cuidar das tarefas domésticas. Em altas doses de lirismo e humor, Carpinejar embarca em uma viagem sem volta pela residência. Passeia por cada cômodo, brincando com as diferenças do comportamento entre marido e mulher e destruindo condicionamentos do sexo e do amor. O escritor não foge de uma boa discussão de relacionamento, tanto que acha que a briga deveria ser profissionalizada com O Dia da DR. Em 100 crônicas, o escritor confidencia as estratégias divertidas de sedução e faz advertências saborosas para a rapaziada, como nunca mexer no umbigo da namorada ou apertar suas bochechas. Os segredos revelados são perigosos e com efeitos colaterais imediatos. O autor convida cada um a repensar a rotina e se apaixonar novamente pelo casamento. Se em Canalha!, ele indicava a importância dos bicos da caixa de leite, aqui divide com a mulher copos de requeijão e iogurte. (livrariasaraiva)

Em Borralheiro (Minha Viagem pela Casa), recém-lançado pela Bertrand Brasil, Fabrício Carpinejar segue reinventando-se como amante.
Assim como em seus outros três livros de crônicas, gênero que abriga o personagem de si mesmo, emBorralheiro, Carpinejar é novamente um marido feminino que muitas mulheres querem ter, mas que apenas Cínthya, sua esposa, tem o privilégio.
São os cremes dela que ele esconde, para ter o prazer de entregá-los quando ela pergunta por eles; é com ela que transa de olhos abertos, a fim de ver os traços ofegantes de seu rosto; e quando Cínthya dorme, contempla o bico que o sono contorna em sua boca, sugerindo que os concursos de misses deveriam ter uma prova que analisasse a elegância das candidatas durante o sono.
A obra é um reality show impresso da vida do escritor. Até aí nada de novo em sua prosa. As novidades são as descobertas de novas maneiras de viver a dois.
Se as mulheres enxergam no livro o marido que querem ter, os homens encontram o marido que podem ser. Para eles, é uma autoajuda. Para elas, uma ficção.
O autor dá alternativas para o papel do homem no relacionamento, sugerindo que ele tome conta da casa, faça as unhas, e fique cheiroso e sedutor para receber a mulher que volta do trabalho. São ideias de um escritor caseiro, que faz com propriedade o que poderíamos chamar de literatura do lar.
Folhear a obra é abrir as gavetas e armários de Carpinejar, conhecer as roupas de sua infância, tempo em que saía para a escola pela porta do quintal, é viajar por sua casa reconhecendo nossa própria.
No matar das baratas, no espremer da pasta de dente, e nas marcas na pele deixadas pelo barbear, Fabrício encontra um sentido para os gestos da rotina. Todo objeto para ele é poético, todo utensílio faz mais do que diz seu manual. Borralheiro também vai além de reunir crônicas. É um estímulo à percepção de que o casamento, quase sempre pintado com falta de cores, ainda pode ser uma agradável morada. (Marcos Fidalgo)

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