23 de dezembro de 2011

TUDO TÃO VAGO - Mário Quintana

Nossa senhora
Na beira do rio
Lavando os paninhos
Do bento filhinho...

São João estendia,
São José enxugava
e a criança chorava
do frio que fazia

Dorme criança
dorme meu amor
que a faca que corta 
dá talho sem dor
(de uma cantiga de ninar)

Tudo tão vago... Sei que havia um rio...
Um choro aflito... Alguém cantou, no entanto...
E ao monótono embalo do acalanto
O choro pouco a pouco se extinguiu...

O menino dormira... Mas o canto
Natural como as águas prosseguiu...
E ia purificando como um rio
Meu coração que enegrecera tanto...

E era a voz que eu ouvi em pequenino...
E era Maria junto à correnteza,
Lavando as roupas de Jesus Menino...

Eras tu...que ao me ver neste abandono
Daí do céu cantavas com certeza
Para embalar inda uma vez meu sono!...


Extraído do blog eMARAnhados





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