Os escritores Fernando Vallejo, Eduardo Galeano, Ernesto Cardenal, Nicanor Parra e Fina García Marruz são alguns dos candidatos ao Premio Cervantes 2011, o mais importante galardão atribuído nos países de língua espanhola, cujo vencedor será anunciado quinta-feira.
Criado em 1975 pelo ministério espanhol da Cultura, o premio tem o valor de 125 mil euros e distingue anualmente um escritor que, com o conjunto da sua obra, tenha contribuído para enriquecer o legado literário hispânico.
Embora não figure no regulamento, habitualmente cumpre-se uma "lei não escrita", segundo a qual é entregue alternadamente a um autor espanhol ou latino-americano, pelo que este ano, deverá premiar um escritor latino-americano, já que na passada edição a escolha recaiu na escritora catalã Ana María Matute.
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Nicaraguense Ernesto Cardenal |
Se for respeitada esta lei tácita, estarão bem posicionados para ganhar o Cervantes 2011 o nicaraguense Ernesto Cardenal, de 86 anos e um dos eternos candidatos ao galardão, juntamente com o chileno Nicanor Parra -- ambos autores não publicados em Portugal -- e o colombiano Fernando Vallejo, que acaba de receber o Premio FIL de Línguas Românicas, na Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México (e de quem há apenas um título editado cá, "A Virgem dos Sicários", pela Teorema).
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Uruguaio Eduardo Galeano |
O escritor argentino Ricardo Piglia (que tem três romances publicados em Portugal pela Teorema: "O Último Leitor", "A Cidade Ausente" e "Alvo Noturno") e a poeta cubana Fina García Marruz, a última agraciada com o Premio Ibero-Americano Rainha Sofia, também estão bem colocados para receber a distinção, bem como o uruguaio Eduardo Galeano (que tem três títulos editados por cá: dois livros infantis e "Futebol: sol e sombra", pela Livros de Areia).
Chileno Nicanor Parra |
Se nesta edição não se respeitar a tradição e se optar por galardoar um escritor espanhol, figurarão entre os principais candidatos os escritores Francisco Nieva, José Manuel Caballero Bonald -- ambos sem traduções em português --, os irmãos Juan e Luis Goytisolo e Javier Marías (cuja obra está quase toda publicada em Portugal pelas editoras Relógio d`Água e Dom Quixote).
De Juan Goytisolo, apenas chegou às livrarias portuguesas o romance "Paisagens Depois da Batalha", traduzido pelo atual secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, e pelo jornalista Carlos Vaz Marques para a Relógio d`Água, e do irmão, Luis Goytisolo, também apenas um título, "O Paradoxo da Ave Migratória", publicado pela Teorema, com tradução de António José Massano.
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Cubana Fina García Marruz |
Nos 35 anos de vida do Premio Cervantes, só em três ocasiões a escolha recaiu numa mulher: a espanhola María Zambrano (1988), a cubana Dulce María Loynaz (1992) e a espanhola Ana María Matute (2010).
A composição do júri do Premio Cervantes, de 11 membros, mantém-se sempre em segredo até ao dia em que é anunciado o vencedor, mas sabe-se, pelo menos, que dele fazem parte os distinguidos das duas últimas edições, neste caso, Ana María Matute e o mexicano José Emilio Pacheco, que não participou na decisão no ano passado por problemas de saúde que o impediram de se deslocar a Madrid.
Extraído do sítio da RTP - Rádio e Televisão de Portugal
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