1 de dezembro de 2011

FERNANDO VALLEJO, EDUARDO GALEANO E ERNESTO CARDENAL CANDIDATOS AO PREMIO CERVANTES 2011

Os escritores Fernando Vallejo, Eduardo Galeano, Ernesto Cardenal, Nicanor Parra e Fina García Marruz são alguns dos candidatos ao Premio Cervantes 2011, o mais importante galardão atribuído nos países de língua espanhola, cujo vencedor será anunciado quinta-feira.

Criado em 1975 pelo ministério espanhol da Cultura, o premio tem o valor de 125 mil euros e distingue anualmente um escritor que, com o conjunto da sua obra, tenha contribuído para enriquecer o legado literário hispânico.

Embora não figure no regulamento, habitualmente cumpre-se uma "lei não escrita", segundo a qual é entregue alternadamente a um autor espanhol ou latino-americano, pelo que este ano, deverá premiar um escritor latino-americano, já que na passada edição a escolha recaiu na escritora catalã Ana María Matute.

Nicaraguense Ernesto Cardenal
Se for respeitada esta lei tácita, estarão bem posicionados para ganhar o Cervantes 2011 o nicaraguense Ernesto Cardenal, de 86 anos e um dos eternos candidatos ao galardão, juntamente com o chileno Nicanor Parra -- ambos autores não publicados em Portugal -- e o colombiano Fernando Vallejo, que acaba de receber o Premio FIL de Línguas Românicas, na Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México (e de quem há apenas um título editado cá, "A Virgem dos Sicários", pela Teorema).

Uruguaio Eduardo Galeano
O escritor argentino Ricardo Piglia (que tem três romances publicados em Portugal pela Teorema: "O Último Leitor", "A Cidade Ausente" e "Alvo Noturno") e a poeta cubana Fina García Marruz, a última agraciada com o Premio Ibero-Americano Rainha Sofia, também estão bem colocados para receber a distinção, bem como o uruguaio Eduardo Galeano (que tem três títulos editados por cá: dois livros infantis e "Futebol: sol e sombra", pela Livros de Areia).

Chileno Nicanor Parra
Se nesta edição não se respeitar a tradição e se optar por galardoar um escritor espanhol, figurarão entre os principais candidatos os escritores Francisco Nieva, José Manuel Caballero Bonald -- ambos sem traduções em português --, os irmãos Juan e Luis Goytisolo e Javier Marías (cuja obra está quase toda publicada em Portugal pelas editoras Relógio d`Água e Dom Quixote).

De Juan Goytisolo, apenas chegou às livrarias portuguesas o romance "Paisagens Depois da Batalha", traduzido pelo atual secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, e pelo jornalista Carlos Vaz Marques para a Relógio d`Água, e do irmão, Luis Goytisolo, também apenas um título, "O Paradoxo da Ave Migratória", publicado pela Teorema, com tradução de António José Massano.

Cubana Fina García Marruz
Nos 35 anos de vida do Premio Cervantes, só em três ocasiões a escolha recaiu numa mulher: a espanhola María Zambrano (1988), a cubana Dulce María Loynaz (1992) e a espanhola Ana María Matute (2010).

A composição do júri do Premio Cervantes, de 11 membros, mantém-se sempre em segredo até ao dia em que é anunciado o vencedor, mas sabe-se, pelo menos, que dele fazem parte os distinguidos das duas últimas edições, neste caso, Ana María Matute e o mexicano José Emilio Pacheco, que não participou na decisão no ano passado por problemas de saúde que o impediram de se deslocar a Madrid.

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