13 de abril de 2013

MENG HAORAN, UM POETA DA NATUREZA - David Wu

Uma paisagem da província de Hubei, local de nascimento de Meng Haoran (Imagem da internet)

Meng Haoran (689-740 d.C.) foi um grande poeta pastoral da Dinastia Tang. Seus poemas descrevem a vida reclusa e rural e exalam um estilo fresco, natural e puro, que refletem sua própria atitude e espírito diante da vida em vez de suas habilidades literárias.

Ele nasceu numa família tradicional de intelectuais e literatos e viveu como um eremita até os 40 anos enquanto cuidava de sua mãe doente. Seguindo a tradição de muitos eremitas antigos, ele era versado em literatura e na prática das artes marciais, especialmente da espada. Ocasionalmente, ele plantava alguns vegetais e bambus, não para colheita, mas para cultivar um temperamento nobre. Depois de uma tentativa frustrada de ingressar no serviço público em seus quarenta anos, ele passou a maior parte de sua vida recluso em casa ou viajando para apreciar as paisagens e cenas da natureza.

A história conta, que em seus quarenta anos, Meng Haoran foi à capital para fazer um exame realizado pelo governo para potenciais candidatos a oficiais. Antes do exame, ele conheceu alguns poetas e cantou poemas em vários banquetes, ganhando fama rapidamente na capital e chegando ao conhecido do primeiro-ministro e de outros oficiais amantes da poesia. Então, foi lhe oferecida a oportunidade de se apresentar a funcionários da corte imperial num evento. No entanto, no dia do encontro, ele preferiu beber e discutir poesia com os amigos e faltou à convocação. Assim, ele ficou conhecido por “preferir diversão à fama”, embora muitos acreditem que sua decisão tenha mais a ver com sua autoconfiança de que poderia estabelecer uma carreira de sucesso sem recorrer a recomendações.

Foi um choque para Meng Haoran quando ele foi informado de que não foi reprovado no exame e não fora selecionado para o serviço público. Frustrado, ele rapidamente escreveu um poema culpando-se por não trabalhar duro o suficiente para o exame, mas o tom misturava-se com rancor por não ser apreciado. Diz-se que quando um amigo conseguiu apresentá-lo ao imperador numa ocasião, o imperador apreciou inicialmente seus talentos, mas depois cismou com o tom do poema. Naquele momento, Meng Haoran sabia que era hora de desistir de buscar uma carreira no governo.

Por fim, ele decidiu mudar-se para longe da capital e voltar a sua vida de eremita definitivamente. Antes de partir, ele deixou um poema para um de seus melhores amigos. No poema, ele descrevia a inconstância de sua vida nesse período, expressava sua frustração com palavras sombrias, elogiava os amigos cordiais emotivamente e mostrava sua firme determinação de viver remotamente e desfrutar a vida como um eremita taoísta.

Em certa medida, seu infortúnio na busca do oficialismo trouxe grande fortuna para os amantes da poesia pastoral na China, pois muitas de suas obras-primas poéticas foram criadas posteriormente. Seus poemas refletem o mundo interior de um eremita taoísta de espírito otimista, ingênuo, pacífico e bucólico.

Meng Haoran e seu amigo Wang Wei são classificados como dois mais proeminentes poetas da natureza da Dinastia Tang e seus poemas também tiveram grande influência na poesia japonesa.

Uma paisagem da província de Hubei, local de nascimento de Meng Haoran (Imagem da internet)

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Extraído do sítio The Epoch Times

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