É assim que José Saramago descrevia sua morada em Lanzarote: uma casa feita de livros. Seus últimos 18 anos de vida foram passados na ilha espanhola, não deixando de escrever suas obras de grandes parágrafos e poucos pontos finais.
A pergunta é recorrente: onde escrevem nossos escritores preferidos? Saramago preferiu a tranquilidade de Lanzarote, além da saída de seu país de origem servir como ato político. Após a censura em Portugal do livro “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, o escritor mudou-se para a Espanha.
A casa de Lanzarote, agora, após sua morte, abre-se para o público. Para aqueles fiéis leitores do escritor português – como eu, aliás –, há a chance de conhecer os, digamos, bastidores da literatura de Saramago. Não bastam ideias na cabeça, para escrever é necessário mesa, cadeira, livros, estantes, computador e, no caso da casa na ilha espanhola, também tranquilidade. Assim como um museu, há horários de visita e agendamento para grupos.
Mas para aqueles que – também assim como eu – não podem facilmente dar um pulo na antiga casa de Saramago, existe uma “visita virtual“. São fotos de cada cômodo, incluindo, claro, a escrivaninha do escritor e sua biblioteca. Sobre ela, inclusive, ele costumava dizer: “Esta biblioteca não nasceu para guardar livros, mas sim para acolher pessoas”. Exatamente: uma casa feita de livros e construída para receber pessoas.
Extraído do sítio iBahia
Extraído do sítio iBahia
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