26 de março de 2013

BIBLIOTECA COM COLEÇÃO DE LIVROS RAROS DE JOSÉ MINDLIN É ABERTA AO PÚBLICO EM SÃO PAULO - Marli Moreira


Desde ontem (25), o público passou a contar com um dos mais importantes acervos de livros do país: a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Lá, poderão ser encontrados mais de 32 mil títulos ou 40 mil volumes de livros, entre os quais estão exemplares raros, da coleção do empresário e bibliófilo José Mindlin, que havia doado a sua biblioteca particular, montada ao longo de 80 anos, para a Universidade de São Paulo (USP) em 2006, quatro anos de morrer. Foi uma forma de compartilhar o gosto que tinha pelos livros e pela cultura.

Localizada na Cidade Universitária da USP, a Brasiliana estará aberta de segunda a sexta-feira em dois horários: das 9h30 às 18h30, para as visitas às exposições, e entre as 13h00 e as 17h00 para pesquisa. Nela, estão obras de literatura, relatos de viajantes, manuscritos históricos e literários, periódicos, livros científicos e didáticos, iconografia e livros de artistas. Inclui ainda inclui edições raras como, por exemplo, a primeira edição de O Guarani, de José de Alencar, de 1857; o original de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, de 1938; e a primeira edição de Marília de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga, de 1810.

O acesso aos livros raros só poderá ocorrer após o pedido prévio de autorização, devido à cautela na conservação dos exemplares. Os interessados também poderão ter acesso por meio da internet a 3,6 mil obras digitalizadas no endereço www.brasiliana.usp.br.

Parte do acervo doado tinha pertencido ao bibliófilo Rubens Borba de Moraes e desde a sua morte estava sob a guarda do casal Guita e José Mindlin. A rica coleção com cinco séculos de história agora está abrigada em um prédio de 20 mil metros quadrados, erguido próximo à reitoria da USP, em projeto desenvolvido pelos arquitetos Rodrigo Mindlin Loeb, neto de José Mindlin, e Eduardo de Almeida.

Inspirada em conceituadas bibliotecas americanas - como a Beineke Library, da Universidade de Yale; a Morgan Library; a New York Public Library; e a Library of Congress - e na Biblioteca Nacional de Paris, a obra custou R$ 173 milhões. Parte do investimento (R$ 23 milhões) foi viabilizado com recursos repassados pelo Ministério da Cultura por meio da Lei Rouanet e do Fundo Nacional de Cultura, com apoio de empresas públicas e privadas.

O prédio foi inaugurado no sábado (23) pela ministra da Cultura, Marta Suplicy. Duas exposições marcam a abertura às visitações. Uma delas, Não Faço Nada sem Alegria, faz homenagem ao seu mentor. São painéis, fotos e vídeos sobre a vida do casal Guita e José Mindlin e a dedicação dos dois aos livros, tratados como tesouros.

Caberá à administração da biblioteca conservar os volumes, divulgar e facilitar o acesso de estudantes, pesquisadores e do público em geral, além de promover estudos de temas brasileiros.

Extraído do sítio Agência Brasil

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