15 de março de 2013

SIMBÓLICO NO CATOLICISMO, VINHO ESTÁ PRESENTE NAS TRÊS RELIGIÕES ABRAÂMICAS

O vinho é uma bebida milenar, e, sendo assim, sua associação com a religião, que também acompanha o desenvolvimento do homem há muito tempo, acontece de maneira tão natural que algumas vezes é até esquecida. A bebida de Baco está presente em diversos rituais religiosos de duas das três religiões abraâmicas. No cristianismo, ele representa o sangue de Jesus; no Judaísmo, é presença constante no Antigo Testamento (de toda a Bíblia, apenas o Livro de Jonas não faz menção ao vinho) e, de acordo com os seguidores de Moisés, a primeira visão do que seria a "Terra Prometida" foi um cacho de uvas. A relação da religião com o vinho é tão profunda que existem autores que a classificam como um identificador de ocidentalização das sociedade.


Catolicismo

No catolicismo, o vinho está intimamente ligado a Jesus. Além da lendária transformação da água em vinho, o acontecimento mais marcante de Cristo com a bebida foi durante a Última Ceia. Em sua última refeição, depois de ter comido um pedaço de pão, Jesus tomou um cálice de vinho, levantou e disse aos apóstolos: "Este é o meu sangue, o sangue da vida que será derramado por vós". Daí nasceu a Eucaristia, o momento mais importante da missa. Para a celebração, é necessário um vinho especial, especificado pelo Concílio de Trento. Segundo essas leis, ele deve ser natural e genuíno, sem a mistura de substâncias estranhas. Geralmente o vinho usado nas missas é de alto teor alcoólico por não ser guardado em local refrigerado e também para mantê-lo íntegro por mais tempo, uma vez que é consumido aos poucos.

Judaísmo

Tão importante quanto no catolicismo, o vinho na religião judaica apresenta um sentido completamente diferente. Os judeus não aceitam a imagem de Jesus como o "filho de Deus", e por isso toda a relação entre ele e a bebida perde seu significado. Após descer da arca, Noé plantou uma videira para celebrar a vida, e desde então, o vinho simboliza a alegria. 

Para os judeus, a bebida é uma forma de benção. O vinho é consumido em diversas ocasiões. Na Páscoa, devem ser tomados quatro cálices de vinho; nos casamentos, dois; e nas circuncisões, um cálice. O início do Sabbath (depois do pôr-do-sol da sexta feira) é marcado por uma taça de vinho, assim como na cerimônia de Kidush (benção recitada sobre o vinho para santificar o Sabbath ou outra festa judaica) e na Havdalah, que assinala o final do Sabbath. Os vinhos e demais alimentos consumidos pelos judeus, especialmente pelos mais ortodoxos, têm que ser kosher. Para um vinho ter certificado de "bebida kosher" (kosher que dizer apropriado em hebraico), é necessário que os critérios de produção sejam obedecidos. Não é permitido que sejam usados frutos nos três primeiros anos de plantio. Apenas a partir do quatro é que eles estarão aptos a produzir um vinho "puro". A cada sete anos, o vinhedo precisa de um ano de descanso. Além disso, desde o momento em que as uvas são prensadas até o engarrafamento do vinho, o caldo não pode ser tocado por ninguém que não seja judeu. Todas as substancias utilizadas na fabricação da bebida também devem ser kosher e o processo todo é acompanhado por um rabino, a fim de garantir que as leis sejam cumpridas.

Islamismo

Por conta das Leis Islâmicas, o consumo de vinho e de qualquer outra bebida alcoólica é proibido. No entanto, alguns vinhos com certificado Halal (cujo significado é "permitido"), podem entrar no país e serem consumidos pela população muçulmana. O certificado garante que todos os ingredientes do produto são permitidos pela Sharia, ou seja, nestes vinhos, não há presença de álcool.

Extraído do sítio Revista Adega

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