27 de março de 2013

10ª FEIRA DO LIVRO DE JOINVILLE TERÁ PRESENÇA DE AUTORES DO CONE SUL

Carlos Liscano é um dos escritores de maior destaque na literatura da América latina.

A 10ª edição da Feira do Livro de Joinville este ano vai contar com a presença de dois autores reconhecidos da literatura do Cone Sul. O uruguaio Carlos Liscano e o argentino Martín Kohan vão estar ao lado de escritores brasileiros, assegurando à programação conteúdos indicados para a todas as idades.

O evento ocorre de 3 a 14 de abril, no Complexo do Centreventos Cau Hansen, formado pelo Centro de Convenções Alfredo Salfer, Teatro Juarez Machado e Expo Centro Edmundo Doubrawa. 

A agenda diária, das 9h às 21h, reunirá atividades como palestras, lançamento de livros e sessões de autógrafos, apresentações artísticas de dança, música, teatro, cinema, exposições de artes visuais, projetos educativos voltados à leitura, contação de histórias, entre outras atrações. A entrada é gratuita. 

A abertura acontece no dia 3, às 19h, no palco principal da feira, com a presença do presidente da Academia Catarinense de Letras Péricles Prade. Marina Colasanti, Ignácio Loyola de Brandão, Roseana Murray, Leo Cunha, Domingos Pelegrini, Maria Antonieta Cunha, Thalita Rebouças, Monica Buonfiglio, Liliane Prata, Chris Guerra e o desenhista de quadrinhos Daniel HDR, entre outros, estão confirmados ao lado de escritores de diversas regiões que estarão presentes em Joinville.

Sobre Carlos Liscano

Romancista, dramaturgo, poeta, ex-vice ministro de Educação e atual diretor da Biblioteca Nacional do Uruguai, Carlos Liscano é hoje um dos escritores hispano-americanos de maior destaque no universo da literatura da América latina.

Reconhecido nas mais importantes capitais europeias como um dos representantes da melhor literatura atual em língua espanhola, Carlos Liscano recebeu em novembro de 2012 a medalha da Legião de Honra e o Prêmio de Arte e Letras, uma das máximas condecorações na França.

Em outros países como a Espanha, Itália e Suécia, Liscano conta com uma grande acolhida como narrador, dramaturgo e intelectual. A sua obra já foi traduzida a vários idiomas e suas peças de teatro contam com uma extraordinária aceitação da crítica e são encenadas em muitos países, como a França, Suécia, Itália, Estados Unidos e Argentina. Como dramaturgo recebeu em 2002 o Prêmio de Teatro pelo livro Teatro de 2001.

Até o momento publicou mais de quinze livros de narrativa longa e curta, três de poesia, três de cartuns próprios e, ainda, um com desenhos seus. Igualmente, produziu livros que se afastam do ficcional, inclusive num deles entrevistou Tabaré Vázquez, quando era candidato à presidência do país, cargo que depois veio a ocupar. Além disso, tem feito constantes contribuições em revistas e jornais, em especial no semanário Brecha e El País Cultural.

Liscano nasceu em Montevidéu em 1949, e começou a escrever no cárcere, onde passou mais de treze anos como prisioneiro político durante a ditadura militar em seu país. Seus primeiros livros foram publicados a partir de 1985, estando o escritor exilado na Suécia, onde morou por dez anos e onde aprendeu o sueco e se desempenhou como professor de espanhol.

Seu livro El furgón de los locos, valeu-lhe o Prêmio de Narrativa do Ministério de Educação e Cultura no Uruguai em 2002. Ainda traduziu obras de teatro, expôs trabalhos plásticos, publicou desenhos e cartuns. No Brasil teve publicado “O furgão dos loucos” pela Editora Garçoni, de São Paulo, em 2003.

Sobre Martín Kohan

Martín Kohan é, na atualidade, um dos escritores mais importantes não só da Argentina, também da América latina. Escritor ainda jovem, nascido em Buenos Aires em 1967, Martín Kohan já possui quatorze obras publicadas. Além de escrever contos, ensaios e romances, Kohan, doutor em Literatura, também se destaca pela sua brilhante carreira como pesquisador e professor na Universidade de Buenos Aires (UBA), ao lado da atuação como crítico literário.

Martín Kohan é convidado especial em grandes eventos nacionais e internacionais, como a FLIP /2008, Paris/2011 e a Feira de Livros de Frankfurt/2010-2011, devido tanto ao sucesso de suas obras e pesquisas literárias quanto por seu posicionamento crítico frente aos dilemas da contemporaneidade.

Temas como a Ditadura Militar argentina (1976 -1983) e a Guerra das Malvinas (1982) têm um peso relevante nas obras do escritor argentino, principalmente em Dos veces junio (2002), Ciencias morales (2007) e Cuentas pendientes (2010). Ciencias Morales, obra lançada em 2007 recebeu o Prêmio Herralde de romance inédito em língua espanhola, e foi levado ao cinema em 2010 pelo cineasta Diego Lerman sob o título La mirada invisible. Essas obras se configuram como as suas principais e mais traduzidas na atualidade em vários idiomas, sendo Bahía Blanca seu último romance publicado em 2012.

Os seus três primeiros romances oferecem um recorte reinventado de alguns dos momentos mais difíceis da história argentina que, no entanto, permite ao leitor adentrar as sutilezas do exercício do poder ideológico, sua banalização, sua absorção pelo cotidiano. Esse é um dos diferenciais fundamentais nas obras de Kohan: ao invés de fazer uma exposição descritiva ou direta das questões que envolvem o regime autoritário, as narrativas insinuam e aludem aos mesmos temas, mas fragmentam o espaço em que se dá a ação, dando mais evidência à dinâmica da vulgarização do mal no cotidiano. São as “questões menores” que põem em relevo, de fato, o desejo de manifestação plena e absoluta que o regime autoritário deseja impor, por meio de uma ideologia de controle acentuada e asfixiante.

Além de suas obras literárias interrogarem os tempos obscuros da Argentina, Martín Kohan, enquanto escritor-intelectual comprometido é muito atuante no cenário político argentino, fazendo parte do grupo de intelectuais que apóiam um dos trabalhos pioneiros na América Latina de revisão da memória dos tempos sombrios vivenciados pelo país durante o período ditatorial. Na visão de Kohan, usando-se do título de seu romance de 2010, a Argentina ainda possui muitas “contas pendentes”, principalmente com os desaparecidos, que somam cerca de trinta mil vítimas.

Extraído do sítio Adjorisc

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