30 de março de 2013

PATRONO DA FEIRA DO LIVRO DE BALNEÁRIO PINHAL - Juremir Machado da Silva

Ontem, à noite, entre chuva e, no caminho, uma rápida aparição da lua redonda como uma utopia, estive em Balneário Pinhal, onde participei da abertura da XV Feira do Livro na condição de patrono. Foi simples e bonito.

Já perdi a conta das vezes em que fui patrono de feiras do livro por esse Rio Grande do Sul de tantas feiras, tantos livros, tantas culturas, tantos escritores.

A primeira vez foi em São Lourenço do Sul.

A última tinha sido em Santana do Livramento.

Balneário Pinhal tem 18 anos de vida independente de Cidreira.

Muito fui à praia lá quando tinha 18 anos de idade. Estava descobrindo a vida na capital, as praias do norte, as seduções da universidade, tudo, enfim.

Pinhal tem uma administração dividida entre o prefeito Palharim (PMDB) e o vice, Edmilson (PP). A relação vai bem. Tem um expressivo número de mulheres nas secretarias do município. Quase uma hegemonia.

A cada vez que sou patrono numa feira, reflito sobre um dos temas que envolvem a paixão pelos livros, essa marca que jamais se apaga.

Ontem, pensei em voz alta sobre: por que ler? Por que escrever?

Contei que comecei a ler para ligar Palomas a Paris, que era só um nome para mim, um nome com um complemento: cidade-luz. em seguida, descobrir que queria escrever, depois de uma iluminação feita pelas obras de Cyro Martins, sobre os homens do nosso cotidiano, da nossa história, da nossa existência, esses homens, por exemplo, do êxodo rural, “desgarrados” da campanha vivendo na periferia das pequenas cidades do interior, “gaúchos a pé” cavalgando recordações, sonhos, mágoas e alguma esperança.

Ler me abriu um mundo: o meu mundo.

Escrever me situou nesse mundo: o meu lugar.

Ler e escrever inventam uma história, a história de quem abre caminho a golpes de histórias, de imaginação, de argumentos e de inscrições.

Uma inscrição é uma marca mais forte que uma tatuagem.

Uma marca no imaginário.

O imaginário da imaginação.

Extraído do sítio Correio do Povo

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