12 de junho de 2013

FUNDADA POR BRECHT, COMPANHIA DE TEATRO BERLINER ENSEMBLE CORRE RISCO DE DESPEJO

Dramaturgo decidiu terminar contrato de locação; casa recebe cerca de 200 mil espectadores ao ano.

Imagem interna do teatro que recebe mais de 15 milhões de euros de ajuda estatal por ano

A companhia Berliner Ensemble, fundada em janeiro de 1949 pelo dramaturgo alemão Bertolt Brecht e sua mulher, a atriz e diretora Helene Weigel, é um marco da história do país e sua imponente casa se tornou um ponto turístico na área próxima à chamada ilha dos museus de Berlim, em frente ao rio Spree. Mas seus dias de referência cultural na capital alemã podem estar contados.

O dramaturgo Rolf Hochhuth, 82 anos, membro da Fundação Ilse Holzapfel, proprietária do imóvel desde 1992, decidiu terminar o contrato de locação do espaço sob a alegação de que o atual diretor do Berliner Ensemble, Claus Peymann, descumpriu determinações acordadas entre as partes.

Fachada do prédio do treatro; fechamento deve ser discutido pela justiça alemã

Uma delas era a encenação anual da peça “Der Stellvertreter”, ou “O Substituto”, sobre a inércia do papa Pio 12 frente à deportação de judeus durante a Segunda Guerra, de autoria do próprio Hochhuth. Ela deveria ter sido montada entre os dias 16 e 18 de outubro de 2012 no palco do teatro para marcar o extermínio de judeus berlinenses.

O teatro recebe custeio estatal de 15,4 milhões de euros anuais, amealha cerca de 200 mil espectadores ao ano e é considerado uma das casas de espetáculo mais importantes de Berlim, ao lado do Deutsches Theater, do Volksbühne e da Deutsche Oper. 

São comuns montagens das peças de Brecht - a "Ópera dos Três Vinténs" estreou na casa em 1928, assim como "Mãe Coragem", em 1949 - e do escritor russo Anton Chekov, em especial "O Jardim das Cerejeiras". O programa conta também com obras de William Shakespeare e de Friedrich Schiller. Todas as peças são em alemão. Os ingressos custam a partir de 6 euros (cerca de R$ 15).

A disputa pelo uso do teatro vai para a justiça alemã. Segundo o advogado da companhia, Peter Raue, Hochhuth não tem o direito de dizer qual peça deve ser encenada pelo Berliner Ensemble. O caso também está sob análise na prefeitura de Berlim.

Extraído do sítio Opera Mundi

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