20 de outubro de 2012

AS POLÍTICAS DO NOBEL - Francisco J. Gonçalves

Os Nobel da Paz e da Literatura deste ano são um bom espelho dos critérios que presidem à sua atribuição. Como prémios de mérito, deveriam ser alheios a outras considerações, mas...


Dar o galardão da Literatura a um chinês a bem com o regime de Pequim numa altura em que EUA e UE dependem de forma desesperada da China é, no mínimo, oportuno.

Quanto ao Nobel da Paz, escolher a UE quando esta caminha para o colapso parece desespero. Partida a meio entre Norte solvente e Sul insolvente, a Europa que há 60 anos vive em paz está à beira de uma nova forma de guerra. Não entre países, mas entre cidadãos e políticos; entre as populações e as burocracias financeiras que dominam a UE e a tornaram mecanismo de aperto.

Pode, por isso, ler-se o prémio de forma benigna e considerá-lo um alerta à UE para não destruir o que tão laboriosamente construiu. Se foi esse o objectivo, fica outro alerta: lembrem-se os políticos de que só existem para zelar pelos cidadãos e lembre-se a UE de que os burocratas não eleitos não devem sobrepor-se aos representantes eleitos. É que os ‘esquecimentos’ equivalem a novos passos para a guerra. Depois não venham dizer que não sabiam o monstro que estavam a criar.

Extraído do sítio Correio da Manhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão moderados. Não serão mais publicados os de anônimos.