25 de outubro de 2012

ESCULTURAS DE ALEIJADINHO FOTOGRAFADAS POR HORACIO COPPOLA VIRAM EXPOSIÇÃO NO INSTITUTO MOREIRA SALLES DE SÃO PAULO - Sara Campos

União entre o trabalho do artista brasileiro e de Coppola resultam em imagens marcantes.

Detalhe de portal, igreja de Nossa Senhora do Carmo – Sabará, MG – 1945. (Horacio Coppola / Acervo Instituto Moreira Salles)
Até o dia 11 de novembro, o Instituto Moreira Salles de São Paulo recebe a exposição fotográfica Luz, cedro e pedra – Esculturas do Aleijadinho fotografadas por Horacio Coppola. O fotógrafo argentino, que faleceu recentemente, tornou-se um dos grandes nomes da área na América Latina.

O acervo reúne 150 imagens captadas por Coppola durante uma visita às cidades históricas de Minas Gerais – Ouro Preto, Congonhas do Campo e Sabará – em 1945. Admirador de esculturas, o fotógrafo considerava Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho) um artista completo – arquiteto, escultor e ornamentista sacro.

Cristo crucificado - Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias - Ouro Preto, MG – 1945 (Horacio Coppola/ Acervo Instituto Moreira Salles)
Entre as imagens em destaque estão a Pastor ajoelhado, figura do presépio em roca da igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto; e a escultura Cristo crucificado, que fez parte do conjunto de arte sacra da igreja de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. Atualmente, ambas encontram-se expostas no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto.

O contato de Coppola com a obra de Aleijadinho ocorreu graças ao trabalho de intelectuais argentinos. Os poetas Jules Supervielle e Ramón Gómez de la Serna redigiram artigos sobre o trabalho do artista brasileiro, o que projetou seu trabalho para o país vizinho. No ano anterior à viagem de Coppola, o escritor brasileiro Newton Freitas publica uma versão em espanhol do livro El Aleijadinho.

A forte expressividade das esculturas sacras de Aleijadinho tornou o material fotográfico de Coppola um rico registro de um capítulo da história da arte brasileira. Em nota divulgada à imprensa o curador Luciano Migliaccio, professor do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da FAU/USP, afirma que fotografar esculturas é uma questão de pontos de vista, sobretudo quando se trata das esculturas de Aleijadinho.

“Coppola compreendeu muito bem o caráter decorativo intrínseco à poética do escultor brasileiro”, acrescenta. O interesse de Copolla pela arte teve início na década de 1920, período onde presidiu o primeiro cineclube argentino em Buenos Aires.

Dez anos após a visita a Minas Gerais, Coppola organizou uma exposição na associação Amigos del Libro e publicou o resultado de seu trabalho no livro Esculturas de Antonio Francisco Lisboa O Aleijadinho(Buenos Aires: Ediciones de La Llanura, 1955).

Entre seus trabalhos de destaque estão duas imagens que ilustram o livro Evaristo Carriego (1930), de Jorge Luis Borges e, no ano seguinte, um ensaio fotográfico para a revista Sur, respeitada publicação literária da Argentina.

Serviço: Luz, cedro e pedra – Esculturas do Aleijadinho fotografadas por Horacio Coppola - Aberta à visitação até o dia 11 de novembro - Entrada franca
Instituto Moreira Salles – São Paulo - Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis - www.ims.com.br

Extraído do sítio The Epoch Times

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão moderados. Não serão mais publicados os de anônimos.