2 de junho de 2013

REPRESENTAÇÃO BRASILEIRA NA 55ª BIENAL DE VENEZA


O curador da 30ª Bienal de São Paulo, Luis Pérez-Oramas, selecionou os participantes brasileiros da 55ª Bienal de Veneza, que abriu em 1º de junho de 2013. Os artistas Hélio Fervenza e Odires Mlászho fazem parte de mostra constelar com sala histórica de Bruno Munari, Max Bill e Lygia Clark.

Entre 1 de junho e 24 de novembro acontece a 55ª edição da Esposizione Internazionale d'Arte – La Biennale di Venezia. Curada por Massimiliano Gioni, a exposição recebe o título de O Palácio Enciclopédico e propõe-se a indagar sobre o domínio da imaginação. Interroga, por meio da arte, sobre o destino das "imagens interiores em um mundo assediado por imagens exteriores". A representação oficial brasileira na mostra, com curadoria do venezuelano Luis Pérez-Oramas, visa ressonância com o tema proposto ao passo que reflete os motivos, ideias e modalidades curatoriais que regeram a organização da 30ª Bienal de São Paulo - A iminência das poéticas (2012).

Obra bauhausmachine (2010) de Odires Mlászho

Buscando levar a Veneza as produções de significativos artistas brasileiros contemporâneos, o Pavilhão Brasileiro, localizado nos Giardini, deve organizar sua presença através de uma estrutura "constelar", procedimento já experimentado pelo curador na Bienal de São Paulo. Ancoram a mostra os artistas Hélio Fervenza (Sant’Ana do Livramento, 1963) e Odires Mlászho (Mandirituba, 1960), convidados a produzir obras inéditas para a exposição. Conforme aponta Pérez-Oramas: “Ambos são artistas que empreenderam uma densa produção, sustentada por um esforço sistemático de inteligência formal e cujas obras, complexas e ricas, merecem uma recepção mais estudada por parte da crítica contemporânea. Suas obras, pouco conhecidas fora do Brasil, serão sem dúvida revelações para o público internacional”.

Além das obras especialmente comissionadas, tanto Fervenza quanto Mlászho têm frequentado em suas investigações as implicações formais e existenciais da "fita de Moebius" – estrutura estudada por August Ferdinand Moebius, em 1858, a partir da colagem de duas extremidades de uma fita. Com o objetivo de assinalar uma arqueologia brasileira simbolicamente protagonizada pela "fita de Moebius" a curadoria pretende constituir uma constelação histórica de obras que acompanhem a produção dos artistas selecionados. Essa constelação estará pontuada pelas esculturas: Côncavo/Convexo (1946) do italiano Bruno Munari, Trepante/Obra Mole (1965) da brasileira Lygia Clark e a célebre Unidade Tripartida (1948) do suíço Max Bill.

"Essa trilogia de obras fundamentais seria o articulador histórico das obras de Fervenza e Mlászho em Veneza, enfatizando o espírito de abertura e intercâmbio da cultura brasileira moderna, assim como a riqueza de seu "humanismo antropofágico" e assinalando a potencialidade do futuro de seus artistas contemporâneos" – completa Pérez-Oramas. Dessa forma, para a dada curadoria, a representação nacional brasileira na 55ª edição da exposição é fruto de uma colaboração entre grandes instâncias da cultura contemporânea brasileira: a Fundação Bienal de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), o Instituto Tomie Ohtake e a Associação Cultural “O Mundo de Lygia Clark”; além da participação da Galleria Nazionale d’Arte Moderna di Roma, que reforça vínculos históricos entre Brasil e Itália na ocasião da Biennale di Venezia.

Sobre a participação brasileira na 55. Esposizione Internazionale d'Arte – La Biennale di Venezia

A mais antiga das grandes mostras internacionais de arte, a 55ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia oferece, a cada dois anos, uma grande exposição coletiva e dezenas de pavilhões nacionais. O pavilhão do Brasil, por sua vez, construído em 1964 no espaço mais prestigiado do evento italiano, os Giardini, é o lugar onde o próprio país escolhe e expõe artistas que a cada nova edição o representam. Desde 1995, a responsabilidade por essa escolha foi outorgada pelo governo Brasileiro à Fundação Bienal de São Paulo, reconhecimento da grande importância da instituição – a segunda mais longeva no gênero em todo o mundo – para as artes visuais do país. Para o comissário da exposição e atual Presidente da Fundação Bienal de São Paulo, Luis Terepins: “A organização da participação brasileira nas Bienais de arte e arquitetura de Veneza já faz parte da tradição da Fundação Bienal. Nesta edição, poder ter um projeto que apresenta grande ressonância com a 30ª Bienal de São Paulo demonstra o quanto estamos alinhados e comprometidos em dar continuidade aos projetos da Fundação, assim como reforçar a voz dos artistas contemporâneos brasileiros em âmbito mundial”.

Participação do Brasil na 55ª Exposição Internacional de Arte - la Biennale di Venezia

Comissário: Luis Terepins, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo
Curador: Luis Pérez-Oramas
Cocurador: André Severo
Artistas Participantes: Hélio Fervenza, Odires Mlászho, Lygia Clark, Max Bill e Bruno Munari
Título da Exposição: Dentro/Fora (Fervenza/Mlászho/Clark/Bill/Munari)
Local: Pavilhão do Brasil
Endereço: Giardini Castello, Padiglione Brasile, 30122 Veneza, Itália
Data: de 1 de junho a 24 de novembro de 2013.

Extraído do sítio Bienal.org

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