1 de janeiro de 2013

ESTÁTUA DE HITLER EM VARSÓVIA CRIA POLÊMICA - Gianni Carta

‘Ele’ (2001) em mostra em Färgfabriken, Estocolmo, Suécia. Cera, cabelo humano, terno, resina de poliéster. Foto: Paolo Pellion di Persano

Através de um buraco em um portão de madeira na rua Prozna, no centro da capital, é difícil identificar o pequeno homem de costas, talvez um menino. Ele está ajoelhado e reza.

Ele, o titulo da obra do artista italiano Maurizio Cattelan colocada no antigo gueto da capital polonesa, é Hitler.

Na infância todos os seres humanos foram “tenros, inocentes e indefesos”, argumenta Fabio Cavallucci, diretor do Centro de Arte Contemporânea, responsável pela instalação.

É incrível, mas o rabino chefe da Polônia, Michael Shudrich, acredita que a estátua de Cattelan levanta questões morais.

Já o Simon Wiesenthal Center, organização mundial que promove direitos humanos e a luta contra o antissemitismo, é mais realista. Em um comunicado sobre Ele emitido pelo SWC lê-se: “Trata-se de uma provocação sem sentido e a insultar a memória dos judeus que foram vítimas dos nazistas”.

Ainda segundo o SWC, a única “oração” de Hitler visava “eliminar (judeus) da face da Terra”.

De fato, é importante ressaltar que não se sabe a quem a estátua do líder nazista dirige sua oração.

Cavallucci afirma que “não há intenção por parte do artista ou do centro em insultar a memória judaica”. No entanto, é exatamente isso que Cavallucci e Cattelan fazem ao organizar no gueto da capital a mostra Amem, uma retrospectiva a explorar a vida, a morte, o bem e o mal no Castelo Ujazdowski (a estátua é a única obra ao ar livre).

No gueto de Varsóvia milhares de judeus viveram em condições desumanas antes de serem deportados para campos de concentração.

Lamentável nesse contexto é o fato de, em busca da fama, Cattelan ter polemizado sobre um tema tão delicado.

Extraído do sítio CartaCapital

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