5 de junho de 2013

FESTA DO SENHOR DO BONFIM, NA BAHIA, PODE RECEBER TÍTULO DE PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL - Adélia Soares


A proposta de Registro que busca reconhecer a Festa do Senhor do Bonfim, na cidade de Salvador, como patrimônio cultural do Brasil, será avaliada na tarde desta quarta-feira, dia 05 de junho, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural reunido na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em Brasília. A solicitação de registro apresenta, entre outros pontos, a relevância patrimonial para a identidade baiana e brasileira; para a memória coletiva, bem como para as práticas religiosas do catolicismo e das religiões afro-brasileiras.

A celebração, realizada sem interrupção desde o ano de 1745 e que atrai para a capital baiana o maior número de participantes, depois do carnaval, articula duas matrizes religiosas distintas, a católica e a afro-brasileira, assim como envolve diversas expressões da cultura e da vida social soteropolitana. A Festa do Bonfim, que ocorre desde o século XVIII e possui origem na Idade Média (península ibérica), tem fundamento na devoção do Senhor Bom Jesus, ou Cristo Crucificado. Embora se recrie a cada ano, seus elementos básicos e estruturantes permaneceram os mesmos, ou seja, a Novena, o Cortejo, a Lavagem, os Ternos de Reis e a Missa Solene.

A proposta a ser avaliada pelo Conselho Consultivo apresenta mais que uma grande manifestação religiosa da Bahia, e sim uma referência cultural importante na formação da identidade, afirmação da baianidade, além de representar um momento significativo de visibilidade para os diversos grupos constituidores da sociedade soteropolitana.

A festa 

A celebração que integra o calendário litúrgico e o ciclo de Festas de Largo da cidade de Salvador reúne ritos e representações religiosas (além de manifestações profanas e de conteúdo cultural), durante onze dias do mês de janeiro, iniciando-se um dia após o Dia dos Santos Reis, e encerrando-se no segundo domingo depois da Epifania, no Dia do Senhor do Bonfim.

Um dos pontos altos da Festa, e que a individualiza no conjunto das Festas de Santo e Festas de Largo da cidade de Salvador, é a Lavagem do Bonfim, que se segue ao Cortejo, realizada por baianas e filhas de santo e acompanhada por um enorme contingente de moradores, turistas e de devotos do Senhor do Bonfim.

Os rituais e celebrações da Festa ocorrem em diversos espaços da cidade de Salvador, tendo seu ponto focal na Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, situada na Colina Sagrada, na península de Itapagipe. Esta igreja, construída para abrigar a imagem do Senhor do Bonfim que foi trazida de Portugal no século XVIII, é monumento tombado pelo IPHAN desde 1938, registrado no Livro de Belas Artes. Como Festa de Largo, incorpora práticas religiosas do catolicismo e do Candomblé, associando o culto dos orixás ao culto católico tradicional.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural

O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do IPHAN.

Nesta 73ª reunião o Conselho também avaliará a proposta de tombamento da Igreja Matriz do Divino Pai Eterno, em Trindade, Goiás.

Serviço: Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural - Data: 5 de abril de 2013, de 10 às 18h - Local: Sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) - Endereço: SEPS Quadra 713/913 Sul, Bloco D, Edifício IPHAN, 5º andar – Bairro Asa Sul Brasília – DF.

Extraído do sítio Iphan

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