29 de maio de 2013

TER UM CACHORRO É, DE FATO, FAVORÁVEL À SAÚDE DO CORAÇÃO - Anahad O'Connor

Associação Americana do Coração analisa estudos e diz que animais incentivam exercícios físicos.

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Nova York, EUA. Uma das mais renomadas organizações de saúde cardiovascular do mundo tem uma nova mensagem: ter um cachorro pode proteger contra doenças cardíacas. Essa conclusão pouco usual estava em uma declaração científica publicada, no início do mês, pela Associação Americana do Coração, que reuniu um grupo de especialistas para revisar anos de dados sobre os benefícios cardiovasculares de se ter um animal de estimação. O grupo concluiu que ter um cão está “provavelmente associado” com um menor risco de doenças cardíacas.

As pessoas que têm cachorro certamente têm mais razões para sair na rua, e estudos mostram que a maioria dos donos desses animais formam laços tão estreitos com eles que estar em sua companhia suaviza a reação do dono ao estresse e diminui os batimentos do coração, segundo o presidente do comitê que escreveu a declaração, Glenn N. Levine.

“Não quisemos tornar essa uma recomendação. Mas há razões psicológicas, sociológicas e fisiológicas plausíveis o suficiente para acreditar que ter um animal de estimação tem um papel causal na diminuição do risco cardiovascular”, declara Levine.

A associação do coração publica cerca de três declarações científicas por mês, normalmente sobre questões mais técnicas. Contudo, o grupo foi levado a assumir uma postura sobre a questão dos bichos de estimação pelo crescente número de relatórios e estudos médicos ligando a posse de um animalzinho a uma saúde melhor.
Levine notou que os métodos mais tradicionais de reduzir os riscos de doença cardíaca já haviam se provado eficientes, e que agora era uma boa hora para investigar abordagens alternativas. “Sentimos que isso era algo que havia atingido um ponto em que seria razoável fazer uma investigação formal”, afirma.

Social. O cardiologista da Clínica Cleveland Richard Krasuski, que não estava envolvido na declaração da associação, vê o fato como um indício de atitudes sociais em direção à atividade física. “Muito poucas pessoas estão atingindo seus objetivos de exercícios físicos. Em uma sociedade ideal, em que as pessoas realmente dão ouvidos às recomendações médicas, não seria necessário o animal de estimação para arrastar as pessoas para a rua”, atesta.

No entanto, Levine explicita que ele e seus colegas não estão incentivando ninguém a adotar um bichinho por alguma razão diferente de dar a ele um bom lar. “Se alguém adota um animal de estimação, mas ainda fica sentado no sofá fumando um cigarro, come o que der na telha e não controla a pressão arterial, essa não é uma estratégia inteligente para controlar o risco cardiovascular”, declara.

* Publicado originalmente no The New York Times e traduzido por Raquel Sodré.

Extraído do sítio O Tempo

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