29 de maio de 2013

"PRÊMIO CAMÕES E MIA COUTO É QUASE UMA REDUNDÂNCIA", AFIRMA ESCRITOR CABO-VERDIANO ABRAÃO VICENTE


Cidade da Praia - O escritor, poeta e pintor cabo-verdiano Abraão Vicente afirmou hoje (terça-feira 28) à agência Lusa que o Prémio Camões e Mia Couto "é quase uma redundância", salientando que a distinção atribuída ao autor moçambicano "é mais que merecida". 

"O Prémio Camões e Mia Couto é quase uma redundância. É mais do que merecido. Mia Couto tem sido uma bandeira do que deve ser a lusofonia, do que deve ser o sentimento de falar português a partir de um território africano", afirmou o autor de "1980 Labirintos", editado já este ano. 

Para Abraão Vicente, 33 anos, autor também de "Trampolim" (2010), "E de Repente a Noite" (poesia, 2012) e "Traços de Rosa Choque" (2012), a língua portuguesa "deve imenso" a Mia Couto, "construtor de um nova parede dentro desse edifício que é o português". 

"Devemos imenso a Mia Couto como construtor de um novo estado mental falado em português. Fico grato por este prémio a Mia Couto, pois ele mostra-nos novíssimos caminhos dentro da língua portuguesa e, mesmo assim, acaba por ser o mais tradicionalista de todos os prémios Camões", sublinhou o também deputado do Movimento para a Democracia (MpD, oposição). 

O júri da 25.ª edição anunciou na segunda-feira premiar Mia Couto pela "vasta obra ficcional caracterizada pela inovação estilística e pela profunda humanidade". 

A obra de Mia Couto, "inicialmente, foi muito valorizada pela criação e inovação verbal, mas tem tido uma cada vez maior solidez na estrutura narrativa e capacidade de transportar para a escrita a oralidade", disse à Lusa José Carlos Vasconcelos, membro do júri. 

O Prémio Camões foi criado por Portugal e pelo Brasil e atribuído pela primeira vez em 1989, distinguindo o escritor Miguel Torga. 

É a segunda vez que é escolhido um escritor de Moçambique, depois de José Craveirinha, em 1991.

Extraído do sítio Angola Press

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