30 de setembro de 2012

MUSEU ABRIGA UNIVERSO PARTICULAR DA ESCRITORA CORA CORALINA - Sara Campos

Localizado na histórica Cidade de Goiás, o Museu Casa de Cora Coralina reúne artefatos que contam a trajetória de um dos expoentes da literatura brasileira.

Cora Coralina: uma das maiores escritoras brasileiras do século XX. (Acervo Museu Casa de Cora Coralina)
Goiana, poetisa e doceira. Cora Coralina enriqueceu o hall de escritores brasileiros com seus versos simples e belos além de se transformar em uma das maiores escritoras brasileiras do século XX.

A poetisa nasceu na Cidade de Goiás, antiga capital do Estado, na época chamada de Vila Boa de Goiás. Apesar de a família pertencer à classe média, Cora teve a vida marcada pelo olhar simples de enxergar o mundo, característica também presente em suas obras.

Apesar de ser considerada uma das melhores escritoras do Brasil, a fama de Cora Coralina chegou tarde: publicou seu primeiro livro Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais aos 74 anos. A paixão pela vida interiorana e os elementos que a cercavam formavam o mosaico poético que encantou o cenário literário brasileiro.

Às margens do Rio Vermelho, na Cidade de Goiás, está a casa que pertenceu à família e abrigou a poetisa durante grande parte de sua vida. O local se transformou no museu Casa de Cora Coralina e está entre os principais pontos turísticos do Estado de Goiás.

Conjunto de malas da escritora goiana. (Sara Campos / Epoch Times)
Em estilo colonial, com batentes, janelas e portas verdes, a casa abriga artefatos que fizeram parte do cotidiano de Cora Coralina. A visita guiada mostra o universo da poetisa começando pela cozinha, repleta de tachos de cobre utilizados por Cora para o preparo de doces artesanais.

Todos os utensílios como a pequena geladeira amarela e o liquidificador continuam preservados no mesmo local escolhido por ela. A acolhedora sala de jantar permanece com o aparelho de jantar original da família e reflete a simplicidade da poetisa, com poucos adornos.

Mobília e máquina de escrever utilizadas pela escritora (Sara Campos / Epoch Times)
O quarto de Cora abriga algumas peças de roupa, malas e acessórios como o baú com as iniciais de seu nome, artigo comum nos lares brasileiros entre as mulheres da geração da poetisa.

Uma das personagens que ganham destaque na casa de Cora Coralina é Maria Grampinho, uma andarilha que perambulava sem rumo nas ruas da Cidade de Goiás, sempre levando consigo uma trouxa de roupas.

Cora Coralina tornou-se sua grande amiga e lhe deu abrigo em seu porão para passar as noites. Os diversos grampos no cabelo renderam-lhe o curioso apelido e a transformaram em uma personagem folclórica da cidade. Além de imagens, o museu preserva documentos que pertenceram à Maria Grampinho.

Outro grande destaque no acervo está na escrivaninha de madeira onde a poetisa digitava seus versos em uma máquina de escrever Olivetti Studio 44 da cor azul celeste. A mobília e seu equipamento de trabalho estão em uma redoma de vidro para garantir uma maior preservação.

Um dos quartos da casa abriga condecorações e reconhecimentos pela contribuição da poetisa ao cenário literário de Goiás e do Brasil. Um deles é uma carta escrita por Carlos Drummond de Andrade em 1979, que elogia seu trabalho e projeta seus versos além das fronteiras goianas.

Entre os reconhecimentos de Cora estão sua entrada na Academia Goiana de Letras, Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, Prêmio Juca Pato concedido pela União Brasileira de Escritores e Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás em 1983.

Cora Coralina transmitiu para o Brasil a importância da cultura do interior de Goiás e seguiu fielmente seu estilo de escrita até o fim da vida, sem se adaptar a modismos literários. Seu legado contribuiu para a formação da identidade cultural do Centro Oeste brasileiro.

Extraído do sítio The Epoch Times

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