26 de setembro de 2012

ESBOÇOS DE UMA CAPITAL - Parte II - Sara Campos

Formação política de JK se desenvolve durante o andamento do projeto de Vargas para a construção da nova capital.

JK chega ao poder em um Brasil abandonado por Vargas. (Arquivo Público do Distrito Federal)
Em 12 de novembro de 1902, em Diamantina, Minas Gerais, nascia Juscelino Kubitschek de Oliveira. De origem humilde – o pai, João César de Oliveira, era caixeiro-viajante e a mãe, Júlia Kubitscheck, era professora primária – o jovem formou-se em Medicina em 1927 na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Durante o baile de formatura, conheceu Sarah Gomes de Lemos, quem se tornaria sua esposa. A jovem era filha do ex-senador mineiro Jaime Gomes de Souza Lemos, fator que contribuiu para a ascensão da carreira política de JK em Minas Gerais.

Após lutar na Revolução Constitucionalista de 1933, JK recebe um convite do amigo combatente Benedito Valadares para ocupar o cargo de secretário do Governo, o que seria o ponto de partida para a entrada do médico mineiro na política nacional.

Depois do contato bem sucedido com a nova profissão, JK candidata-se a deputado federal em 1934 e é empossado no ano seguinte. Dois anos depois, o País passa pelo golpe de Getúlio Vargas, responsável por instituir o Estado Novo, em 1937.

JK e a esposa, Sarah Lemos, companheira durante toda a vida. (Arquivo Público do Distrito Federal)
Essa transformação política fez com que o amigo de Juscelino se tornasse o governador de Minas Gerais em 1937. O poder de Valadares fez com que ele convidasse JK a ocupar o cargo de prefeito de Belo Horizonte.

Um dos principais feitos de JK durante o comando na capital mineira foi a construção do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, liderada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que futuramente se tornaria uma das peças-chave na construção de Brasília.

Apesar do autoritarismo, o governo de Getúlio Vargas era progressista. Após importantes contribuições no desenvolvimento do País, como a criação das leis trabalhistas e a formação da Petrobras, Getúlio tinha o ideal de desenvolver o interior do Brasil. O ex-presidente foi o responsável por formar a primeira comissão de profissionais para estudos da transferência da capital.

“Quem iria construir Brasília era Getúlio Vargas, que tinha nomeado uma comissão de transferência para a nova capital. Após o suicídio de Vargas e eleição de JK, Juscelino incorporou aquele ideal como se fosse o dele”, afirma Frederico Flósculo, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) e autor do livro Próspero & Lúcio, um livro ficcional ambientado no período da construção de Brasília e inspirado em uma tragédia de Shakespeare.

Getúlio Vargas foi o primeiro presidente a planejar a transferência da capital (Acervo Governo Brasileiro)
Para o especialista, o ex-presidente Vargas foi o “grande preparador de Brasília”. A comissão era presidida pelo marechal José Pessoa, homem de confiança de Café Filho, sucessor de Vargas.

O militar chegou a desenhar o projeto urbanístico da nova capital e presidiu a comissão formada por Vargas. O grupo liderado por José Pessoa foi o responsável por demarcar a área que abrigaria Brasília.

Mesmo com a morte trágica de Getúlio, o Brasil passaria pela transformação progressista que o ex-presidente militar esperava para o País, mas de uma forma diferente: a influência estrangeira com a abertura de capital se transformaria em uma das marcas do governo de JK, ideia contrária ao governo de Getúlio, que valorizava o nacionalismo.

JK também entraria na história com um papel fundamental no novo ciclo de mudanças do maior País da América do Sul.

Extraído do sítio The Epoch Times

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