28 de setembro de 2012

MACIEIRAS DA LITERATURA RUSSA - Maria Domnitskaia

kolomnaonline.ru
O festival de livros Maçãs Antonovka justifica plenamente seu nome: a antiga cidade russa de Kolomna, nos arredores de Moscou, esteve cheia de literatos, leitores e ...maçãs. Poetas, prosadores e tradutores apresentaram os segredos de seu ofício a numerosos visitantes. E estes provaram de passagem o gosto da festa, tendo o aroma incomparável das maçãs antonovka. Não foi apenas interessante, mas também saboroso.

Não foi por acaso que a festa da maçã e dos livros realizou-se justamente em Kolomna. Esta é uma cidade, com antigas tradições de cultivo de frutas, com raízes no século XIV. Também agora há muitos pomares de maçã ali. O Festival Maçãs Antonovka realizou-se pela segunda vez em Kolomna e mostrou que, também século XXI, há muitos apreciadores do gosto e da beleza – da natureza, da palavra, da arte. O tema principal da festa – os pomares da literatura russa – foi interpretado pelos visitantes tanto ao pé da letra, como em sentido metafórico. Eles passearam com grande satisfação pelas aleias e veredas dos pomares, não apenas reais, mas também literários, desfrutando o outono dourado, a poesia e prosa.

Teve êxito especial no festival o programa Russos estrangeiros. O embaixador da Irlanda na Rússia, Filipp Maklon, é também um maravilhoso poeta. Ele apresentou aos visitantes sua coletânea de versos Canções que o passarinho cantou, lançada recentemente pela editora russa Centro de Livros Rudomino. O conselheiro para a cultura da embaixada da Holanda, Timan Kauvenaar, apresentou uma série de livros sobre holandeses notáveis na Rússia.

A única representante do belo sexo entre os participantes desse programa foi a poeta e tradutora britânica, redatora chefe da revistaPoesia contemporânea em traduções, Sacha Dagdale. Na aula mestra de tradução que esta jovem e elegante inglesa deu, falando em russo sem qualquer sotaque, não havia lugar para uma maçã cair, havia sobretudo muitos jovens. Eis o que a “russa de alma”, Sacha Dagdale, falou sobre si à Voz da Rússia:

“Eu estudei em Brighton, numa escola absolutamente comum. E, naturalmente, lá não ensinavam russo. Mas aprender russo era o principal sonho de minha vida adolescente. E eu encontrei um professor e ia às aulas depois da escola. Depois eu ingressei na Oxford, na faculdade de estudos eslavos. Mas antes de ingressar eu vim à Rússia, porque realmente eu não sabia tão bem a língua russa para estudar na Oxford. Eu cheguei à Rússia muito jovem e talvez por isso meu amor pela Rússia. Porque todas as primeiras impressões eu recebi na Rússia: eu encontrei meu primeiro trabalho na Rússia, eu me apaixonei na Rússia e meu filho nasceu na Rússia."

Sendo ela própria uma poeta notável, Sacha Dagdale traduz do russo não apenas poesia, mas também dramaturgia contemporânea. Graças a ela nos teatros da Grã-Bretanha, EUA e outros países foram montadas peças de muitos autores russos.

O acontecimento artístico da festa foi o projeto Maçãs de gênios, que uniu museus-quintas russos de famosos escritores, em particular, Yasnaia Poliana de Lev Tolstoi, Melikhovo, de Anton Tchekhov e Darovoe de Fiodor Dostoevski. Com maçãs cultivadas em seus pomares, o museu Pastilá de Kolomna preparou, segundo tradicional receita local, uma pastilá de maçãs impar, que não se prova em nenhum outro lugar no mundo.

A pastilá de Kolomna é uma antiga iguaria russa, servida à mesa de imperadores russos. De sabor e aroma incrivelmente suaves a pastilá é preparada com purê de maçã batido, acrescentando-se diferentes frutas e nozes. Os próprios museus-quintas alegraram os visitantes do festival com programas originais.

Extraído do sítio Voz da Rússia

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