12 de novembro de 2012

PAULINHO DA VIOLA: 70 ANOS COM SHOW GRÁTIS EM MADUREIRA

Paulinho da Viola completa 70 anos de nobreza nesta segunda-feira (12). A largada para as comemorações do aniversário do Príncipe do Samba será dada no domingo (17), quando o cantor e compositor apresenta o show Paulinho da Viola – 70 Anos de samba, no Parque Madureira. O show, que terá entrada franca e terá a participação da Velha Guarda da Portela. Ou seja, Paulinho estará em casa.

De Madureira para Nova York: ainda em novembro, no dia 28, o artista se apresenta, pela primeira vez, no Carnegie Hall. No dia 11 de dezembro, será a vez de subir ao palco do Teatro Coliseo, em Buenos Aires. A partir de março de 2013, Pulinho começa uma nova turnê nacional, que vai percorrer as principais capitais do país, celebrando suas sete décadas de vida.

Sinal fechado 

No show de Madureira, o cantor faz um passeio por sua obra, interpretando clássicos de sua autoria, como Sinal fechado, Argumento, Dança da solidão, Foi um rio que passou em minha vida - seu maior sucesso -, além de Timoneiro, composta com um de seus grandes parceiros, Hermínio Bello de Carvalho.

Paulinho da Viola estará acompanhado de músicos que tocam com ele há mais de 40 anos, como Cristóvão Bastos (piano), Dininho Silva (baixo), Celsinho Silva (pandeiro), Hércules Nunes (bateria), além de Esguleba (percussão), Mário Sève (sopros) e do filho do cantor, João Rabello (violão de 6 cordas). No show, o artista também conta com um trio muito especial nos vocais, formado pelas cantoras Cristina Buarque, Muiza Adnet e Beatriz Rabello.

70 décadas de nobreza

Paulo Cesar Baptista de Faria nasceu em 1942, no Rio de Janeiro. Sua infância, regada por muitas músicas e histórias, foi numa casa de vila em Botafogo, tradicional bairro da Zona Sul carioca. A história musical de Paulinho da Viola começou com seu pai, o violonista Benedicto César Ramos de Faria, conhecido como César Faria, músico do lendário conjunto “Época de Ouro”, considerado o maior grupo de choro da história ainda em atividade. Sem dúvida uma grande fonte de inspiração, embora o pai tivesse esperanças de que o filho optasse por ser doutor, como o próprio Paulinho dedura em sua composição Quatorze anos.

Seu pai, Benedicto César Ramos Faria, foi a grande fonte de inspiração 
Nos ensaios familiares do conjunto, Paulinho conheceu Jacob do Bandolim e Pixinguinha, entre muitos outros músicos que se reuniam para fazer choro e, eventualmente, cantar valsas e sambas de diferentes épocas.

Na juventude, Paulinho não perdia a oportunidade de acompanhar o pai em seus encontros musicais, o que proporcionou ao jovem a oportunidade de presenciar momentos históricos de músicos como Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Tia Amélia, Canhoto da Paraíba e muitos outros. Em pouco tempo, já tentava os primeiros acordes no violão. Nessa época, foi por conta própria às reuniões promovidas por Jacob do Bandolim, um de seus mestres.

Aos 19 anos, começou a trabalhar numa agência bancária, cenário de um acontecimento que mudou a sua vida. Ali, no início de 1964, encontrou casualmente o poeta Hermínio Bello de Carvalho, a quem já conhecia das reuniões de choro na casa de Jacob do Bandolim. A partir desse encontro, Paulinho teve seu primeiro contato com o trabalho de grandes compositores, como Zé Ketti, Elton Medeiros, Anescar do Salgueiro, Carlos Cachaça, Cartola e Nelson Cavaquinho. Nesse período, Paulinho e Hermínio criaram suas primeiras parcerias, como Duvide-o-dó, gravada originalmente por Isaurinha Garcia, e Valsa da solidão, interpretada por Elizete Cardoso em um disco produzido por Hermínio, não comercializado. 

Também levado por Hermínio Bello de Carvalho, o jovem compositor conheceu o Zicartola, restaurante do sambista Cartola e sua mulher, dona Zica, na tradicional Rua da Carioca, reduto de artistas, jornalistas e intelectuais. Foi lá que Paulinho começou a se apresentar tocando composições próprias e de outros autores. Também foi no Zicartola que o jovem cantor recebeu seu primeiro salário, das mãos do próprio Cartola.

História de amor

No final de 1964, Paulinho ainda frequentava a União de Jacarepaguá, primeira escola para a qual o compôs um samba. Oscar Bigode, seu primo de consideração e diretor de bateria da Portela, convidou Paulinho para conhecer a famosa agremiação de Oswaldo Cruz. Dias depois, Paulinho apresentava na ala dos compositores da Portela a primeira parte de um samba que compôs, sob os olhos de Monarco, Candeia, Casquinha, Ventura e muitos outros. Casquinha, logo em seguida, acrescentou uma segunda parte, e assim nasceu Recado, o primeiro samba portelense de Paulinho, incorporado à ala dos compositores. Foi o início de sua história de amor com a Portela.

Ao lado do grupo A Voz do Morro, do qual era integrante, Paulinho da Viola gravou, em 1965, alguns de seus sambas nos álbuns Rosa de ouro e Roda de samba. De lá pra cá, gravou outros 24 álbuns, ganhou diversos prêmios e manteve-se como um dos principais nomes do samba no país. Nos anos 90, passou a ser reconhecido pela crítica especializada como um músico sofisticado e maduro. Sem perder seu apelo popular, Paulinho gravou um de seus mais importantes trabalhos, o álbum Bebadosamba (1996) e montou o espetáculo homônimo.

Atualmente, o trabalho do cantor e compositor é visto como um elo entre diversas tradições populares como o samba, o carnaval e o choro, com direito a incursões em composições para violão e peças de vanguarda, como Sinal fechado. Paulinho da Viola é hoje um dos maiores representantes do samba e herdeiro do legado de músicos como Cartola (1908 - 1980), Candeia (1935 - 1978) e Nelson Cavaquinho (1911 - 1986).

Serviço:

“Paulinho da Viola – 70 Anos de Samba” - 17 de novembro de 2012 (sábado) - Parque Madureira - End: R. Soares Caldeira, nº 115 - Madureira – RJ (atrás do Madureira Shopping) - Horário: 20 horas - Capacidade: 10 mil pessoas - Classificação etária: livre - Acesso para pessoas portadoras de necessidades especiais em cadeira de rodas.

Extraído do sítio Jornal do Brasil

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