30 de janeiro de 2012

MANIA DE INVESTIMENTO EM VINHOS

Entre os diversos produtos de financiamento, qual será o mais lucrativo? Um relatório divulgado pela bolsa de valores de vinhos em Londres indica que os vinhos especificados de Bordeaux, na França, possuem a maior taxa de valor agregado, deixando para trás os produtos de investimento tradicionais como ouro, óleo cru, ações, relíquias antigas e diamantes.

"Traz os vinhos de Lafite do ano 1982."

O que você está ouvindo é um trecho de diálogo de um filme de Hongkong. Anos se passaram, o filme já foi esquecido, deixando apenas o nome Lafite, considerado por chineses sinônimo do vinho mais respeitável e mais representativo em todo o mundo. Ma Jingqiao, tem um cave privado nos arredores de Beijing. Como investidor, ele coleciona quase todos os tipos de vinho, incluindo o luxuoso Lafite Rothschild.


"O cave tem vinhos de todas as principais regiões de produção do mundo. A maioria da minha coleção é da França. Para mim, os vinhos representam a expressão de romance."

O vinho, muito além de ser romântico, virou alvo bem concorrido entre os investidores chineses. O Lafite do ano de 82 é vendido atualmente a um preço acima de 50 mil yuans. Ma Jingqiao tem duas garrafas de Lafite.

"Este foi comprado em 2008 por 30 mil yuans. O outro, cujo preço foi de aproximadamente 7 mil, já subiu para 15 mil."

Além do prestigiado vinho Lafite Rothschild, que vem das vinhas com a idade média de 40 anos, a fazenda produz também outro tipo de vinho com o rótulo Carruades de Lafite, feito com vinhas jovens. Em 2006, para celebrar a construção da cave, Ma Jiangqiao adquiriu dezenas de caixas de Carruades de Lafite com preço de 800 yuans por cada garrafa. Em cinco anos, o valor do vinho foi multiplicado por cinco. Para fazer face ao desequilíbrio entre escassez de oferta e excessiva demanda, Ma se lançou ao mercado de vinho a prazo.

De acordo com estatísticas, o investimento nas 10 variedades de vinhos de Bordeaux gera um lucro de 150% em três anos, 350% em cinco anos e 500% em dez anos. Dados repassados pela Associação de Vinhos Bordeaux da França indicam que em 2010, a China já superou Grã-Bretanha e Alemanha, se tornando o maior destino de vinhos Bordeaux, com volume total de importações de 90 milhões de euros. Com o grande entusiasmo dos chineses na coleção e investimento em vinho, a primeira bolsa de vinho na Ásia entrou recentemente em funcionamento após passar um período de teste de meio ano: a bolsa de vinho de Shanghai. Gu Guang, criador da bolsa, está satisfeito com o volume negociado por dia na plataforma.

"O volume diário de negócios fica entre 6 milhões de 7 milhões de yuans. A cada dia temos cem ou duzentos novos clientes."

Em comparação com investidores ocidentais, que possuem mais experiência no mercado de vinho e apostam nos lucros de longo prazo, as atividades dos investidores chineses parecem mais com especulações. Assim, os vinhos Carruades de Lafite, produtos da segunda linha da fazenda Lafite Rothschild, têm um preço incrívelmente acima de vinhos de superior qualidade de outras fazendas maiores da França.


Especialistas alertam para o risco de bolhas especulativas, como o famoso episódio histórico de mania de tulipas nos Países Baixos. Em 1635, o preço de bulbos de tulipas de variedades raras cresceram 20 vezes devido às especulações. No seu auge, uma tulipa poderia ser negociada por um preço equivalente a uma casa. As tulipas deixaram de ser uma flor de apreciação e se tornaram um produto de investimento procurado. Muitas pessoas até venderam propriedades, como terras, jóias, casas, enquanto outras pediram créditos ao banco para adquirir tulipas. Mas, em 1636, com a oferta abundante, o preço da tulipa caiu em uma escala de 90%.

Para evitar os efeitos da mania de tulipas, o investimento em vinhos exige decisões mais sensatas. Diferente de ouro, o vinho tem prazo de validade, que geralmente é de 20 anos. Além disso, somente 0,1% dos vinhos da produção mundial merece ser colecionado por longo prazo.

Extraído do sítio da CRI

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