Na intimidade de Goethe: Uma nova exposição no Museu Nacional em Weimar não oferece um olhar somente sobre o trabalho do poeta, mas também sobre os aposentos íntimos de sua casa. Lá Johann Wolfgang von Goethe viveu quase 50 anos, lá ele morreu em 1832. No início, Goethe morava de aluguel. Em 1794, recebeu a casa como presente do duque Carl August.
O quarto de Juno: Este aposento era – como mostra o busto em gesso – dedicado à deusa Juno. Aqui Goethe recebia, para troca de ideias, as grandes mentes da época: Schiller, Herder, os irmãos Humboldt e muitos outros. Músicos famosos tocaram no piano, como Felix Mendelssohn-Bartholdy. A esposa Christiane, o filho August e vários criados completavam o ambiente da casa.
Os instrumentos de escrita: Goethe escrevia com penas de ganso. Naquela época, papel era muito caro, por isso o poeta lidava moderadamente com o produto. Muitas vezes, ele usava cartazes de teatro para anotações. Mais tarde dispôs de um secretário, que anotava seu ditado enquanto o poeta circundava a mesa. Caminhando, ele podia desenvolver melhor suas ideias, dizia.
Escrita e pesquisa: Foi aqui que surgiram muitos dos seus poemas e escritos teóricos. Goethe se ocupava das ciências naturais, arte, política e filosofia. E era um colecionador. Sua coleção de minerais e rochas englobava 18 mil peças. Ele reuniu cerca de 26 mil obras de arte – pinturas, bustos, faianças. Após o almoço, gostava de observá-las juntamente com a família e amigos.
O poeta em números: Goethe escreveu durante sua vida mais de 50 milhões de caracteres – ou deixou que escrevessem. Ele redigiu por volta de 20 mil cartas para cerca de 1,5 mil destinatários, escreveu notas e mensagens curtas, também a suas amantes. Seu legado escrito, preservado no Arquivo Goethe, compreende cerca de 240 mil folhas. A imagem mostra um pequeno poema de sua mão.
Viagens vocacionais: Goethe deixou frequentemente Weimar para adquirir novos conhecimentos em viagens. A pé, de carruagem ou sobre um cavalo, ele percorreu um total de 40 mil quilômetros. Saindo de uma crise pessoal e fugindo das imposições da corte, sua estada na Itália entre 1786 e 1788 o marcou muito. Para lá, o poeta viajou sob o pseudônimo de Johann Philipp Möller.
Sempre as mulheres: Na vida de Goethe, as mulheres exerceram um papel importante. Ele não se importou muito com os costumes vigentes. Com a casada Charlotte von Stein (aqui uma réplica da mão, uma carta e um cacho de cabelo), cultivou um longo relacionamento. Com Christiane Vulpius viveu muitos anos em "concubinato", até se casarem. Viúvo, aos 74 anos, cortejou Ulrike Von Levetzow, que tinha apenas 19 anos.
O versátil: Goethe nunca frequentou uma escola, ele sempre teve professores particulares. Já criança, aprendeu latim, italiano, francês, grego, hebraico e outras línguas. Ele tocava piano e violoncelo, tinha aulas de equitação e esgrima. Mais tarde, ele se destacou não só como poeta e cientista, mas também como artista. Neste quadro, ele desenhou a convocação de soldados.
Cargos e honras: Goethe não vivia numa torre de marfim. Ele assumiu responsabilidade política em Weimar: aconselhava o duque, dirigia a comissão de guerra, a direção da construção de estradas, ocupava-se das finanças e dos impostos, de questões de mineração e justiça. Além disso, participou da formulação da lei do teatro, que estabeleceu padrões artísticos. Em 1782, ele foi elevado à nobreza.
Fim da vida de um poeta: Esta é a chave do caixão do poeta. Em 22 de março de 1832, Johann von Goethe morreu na sua casa, em Weimar. Há muitos rumores sobre quais foram as suas últimas palavras. Não há provas de que tenha mesmo sido a expressão "mais luz", amplamente divulgada. Goethe foi enterrado na cripta real em Weimar.
Avalanches de vida, tempestade de ações: ... é o título da nova exposição permanente no Museu Nacional Goethe em Weimar, onde 500 objetos estão expostos em 800 metros quadrados de área, além de animações em 3D, uma sala de leitura e áudios. "Um lugar da maior qualidade educacional", dizem os curadores. Com este protagonista, não poderia mesmo ser diferente.
Extraído do sítio Deutsche Welle
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