11 de setembro de 2012

AS MEMÓRIAS DE SALMAN RUSHDIE CHEGAM ÀS LIVRARIAS EM SETEMBRO - Isabel Coutinho


“Eu sou lento, não sou um escritor muito rápido. Pergunte-me outra vez sobre este livro daqui a dois anos” foi a resposta que Salman Rushdie deu em 2010, na Festa Literária Inter­na­cional de Paraty, no Brasil, para se esqui­var a rev­e­lar por­menores sobre o livro de memórias que estava a escr­ever sobre os dias da fatwa. Ape­sar de ter adi­ado o momento, o escritor sem­pre soube que iria escr­ever sobre os tem­pos terríveis que se seguiram à sen­tença de morte lançada pelo Aya­tol­lah Khome­ini, a 14 de Fevereiro de 1989, por causa do romance Os Ver­sícu­los Satâni­cos. E quando esteve em Paraty já tinha escrito 70 pági­nas, depois de ler os diários que man­teve na época: “O que é inter­es­sante no que acon­te­ceu é que real­mente acon­te­ceu. Se se inven­tasse isto para colo­car numa obra de ficção, as pes­soas iriam dizer que se tratava de um mau romance. É ver­dadeiro e, por isso, é preciso contá-lo como uma história de não-ficção.” 

Dois anos pas­saram e Joseph Anton: A Mem­oir está pronto, tem cerca de 700 pági­nas, e vai ser lançado a 18 de Setem­bro. Durante os quase dez anos em que viveu escon­dido, sob pro­tecção poli­cial, Salman Rushdie dava pelo nome de Joseph Anton: uma com­bi­nação dos nomes de dois dos seus autores preferidos, Joseph Con­rad e Anton Tchékhov.

Escolheu-o para título do livro porque achou muito estranho terem-no obri­gado a abdicar do próprio nome: “Sem­pre me senti descon­fortável quanto a isso, e pen­sei que aju­dasse a drama­ti­zar, para o leitor, a pro­funda estran­heza e o descon­forto desses anos” (a fatwa foi reti­rada em 1998). Nas suas memórias, Rushdie falará de momen­tos tristes e de out­ros car­i­catos que lhe acon­te­ce­ram enquanto vivia escoltado. Em Por­tu­gal, o livro vai ser pub­li­cado pela Dom Quixote.

* Notí­cia pub­li­cada no Ípsilon de 20 de Abril de 2012.

Extraído do Blog Ciberescritas

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