23 de agosto de 2012

O PERIGO DOS eBOOKS - Richard Stallman

Para Stallman, e-book é uma espécie de Big Brother
Com livros impressos:

· Você pode comprar um com dinheiro anonimamente;

· Então você se torna proprietário dele;

· A você não é exigido assinar uma licença que restringe seu uso;

· O formato é conhecido, e nenhuma tecnologia proprietária é exigida para você ler o livro;

· Você pode doar, emprestar ou vender o livro para alguém;

· Você pode, fisicamente, escanear e copiar o livro, e isso será legal em alguns casos, considerado o copyright;

· Ninguém tem o poder de destruir o seu livro.

Compare isso com os ebooks da Amazon (que são bastante típicos)

· A Amazon exige que os usuários se identifiquem para obterem um livro;

· Em alguns países, a Amazon afirma que o usuário não é o proprietário do livro;

· A Amazon exige que o usuário aceite uma licença restritiva para utilizar o livro;

· O formato do livro é secreto, e somente um software proprietário e restritivo para o usuário pode permitir sua leitura;

· Um tipo de “empréstimo” é permitido para alguns livros, por um tempo limitado, e somente para usuários especificados pelo nome, que utilizem o mesmo leitor de ebooks. Doações e vendas não são permitidas;

· Copiar um ebook é impossível devido às restrições impostas pelo Gerenciamento de Restrições Digitais (DRM) no sistema e proibido pela licença concedida, o que é mais restritivo que a lei de copyright;

· A Amazon pode remotamente deletar o ebook do usuário utilizando um artifício de software que se encontra no ebook. Isso aconteceu em 2009 quando deletou milhares de copias do livro de George Orwell, 1984.

Basta apenas um desses itens acima para tornar esses ebooks um retrocesso em relação aos livros impressos. Nós devemos rejeitar ebooks que nos negam liberdade.

As companhias de ebooks dizem que nos negar nossas liberdades tradicionais é necessário para que possam continuar a ter recursos para pagarem aos autores. O sistema atual de copyright tem um papel lamentável em relação a isso, é muito mais voltado para apoiar as companhias do que o usuário. Nós podemos dar apoio aos autores de outras formas que não imponham restrições à nossa liberdade, e que também legalizem o compartilhamento de livros. Dois métodos que eu sugeri, são os seguintes:

· Distribuir recursos dos impostos para os autores com base na raiz cúbica de suas popularidades (http://stallman.org/articles/internet-sharing-license.pt.html);

· Projetar leitores de ebooks de tal maneira que os leitores possam enviar anonimamente pagamentos voluntários.

Ebooks não precisam ameaçar a nossa liberdade (os ebooks do projeto Gutemberg não a ameaçam). Mas eles ameaçarão se as companhias assim o decidirem. Depende de nós evitarmos isso. A luta já começou. (Economia e Informação).

Extraído do sítio Educação Política

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