21 de agosto de 2012

BUENOS AIRES LANÇA PROGRAMA PARA PROMOVER USO DA BICICLETA - Marc Koch e Luisa Frey


Metrópole argentina quer incentivar seus moradores a andar de bicicleta. Programa Mejor em Bici promove cursos, dá dicas de segurança e constrói rede de ciclovias.

Em Rosedal, um parque de Buenos Aires, adultos e crianças aprendem a andar de bicicleta. Os cursos fazem parte do programa Mejor em Bici (Melhor de bicicleta), iniciativa da administração municipal da capital argentina para promover o uso do veículo de duas rodas.

Dois milhões e meio de carros circulam diariamente pelas ruas da cidade. Isso significa tráfego, estresse, poluição atmosférica e pouco espaço para outros usuários do trânsito. Até o momento, ciclistas eram vistos pelos portenhos como exóticos e engraçados. Há cinco anos, o jornalista Alejandro Robossio se locomove por Buenos Aires de bicicleta. "Os motoristas não têm respeito e não dirigem bem", reclama.

O Mejor em Bici, lançado em 2009, pretende tornar a vida dos ciclistas mais confortável e segura. "Desde o início, sabíamos que as pessoas utilizariam a bicicleta se não tivessem medo por causa do trânsito. Por isso, começamos a construir uma rede de ciclovias seguras", diz Paula Bisiau, diretora do programa.

Mais ciclovias

Buenos Aires planeja chegar a 200 quilômetros de ciclovias
Buenos Aires, com 2,8 milhões de habitantes, dispõe hoje de cerca de 90 quilômetros de ciclovias. A expectativa é chegar a 200 quilômetros nos próximos anos. Os caminhos sinalizados de amarelo nas margens das vias são separados delas por barreiras de plástico e, no centro apertado, às vezes apenas por fita adesiva.

Mas a divisão não significa que as ciclovias estejam livres de obstáculos. Varredores de rua deixam seus carros parados no caminho, carros estacionam na faixa, sacos de lixo ocupam a via destinada aos ciclistas. Mesmo assim, as ciclovias mantêm o trânsito de carros distante.

O Mejor em Bici existe há dois anos e já mostrou sucesso. Cada vez mais capitais descobrem a bicicleta como um veículo econômico e que faz bem para a saúde. "Antes, talvez um hippie passasse por aqui de bicicleta. Hoje, veem-se homens de terno indo para o trabalho sobre duas rodas", relata Robossio. Além disso, muitas vezes é mais rápido se locomover de bicicleta do que com outros meios de transporte.

Exemplo para metrópoles

Em São Paulo, 49 ciclistas morreram no trânsito só em 2011
Entretanto, muitos motoristas de carro ainda xingam os novos usuários do trânsito. Os promotores do Mejor em Bici esperam que, com o tempo, a ideia seja aceita, seguindo o exemplo de cidades europeias. "É normal que novos programas enfrentem resistência no primeiro momento. Acredito que, aos poucos, a opinião sobre a bicicleta também mudará por aqui", considera Bisiau.

O programa portenho poderia servir também de exemplo para outras metrópoles latino-americanas. A capital colombiana, Bogotá, planeja uma iniciativa parecida. Bogotá, que investiu pesado em infraestrutura para bicicletas, dispõe hoje de 344 quilômetros de rotas, utilizadas diariamente por cerca de 285 mil ciclistas.

Enquanto isso, em São Paulo, a sexta maior cidade do mundo – com 11,2 milhões de habitantes –, há hoje apenas 113 quilômetros de ciclovias. Somente em 2011, 49 ciclistas morreram em acidentes de trânsito na cidade.

Em maio deste ano, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) intensificou a fiscalização dos motoristas paulistanos com relação aos ciclistas, para estimular a consciência sobre o meio de transporte.

Extraído do sítio Deutsche Welle

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