29 de fevereiro de 2012

"NÃO GOSTO DE PERSONAGENS LINEARES. GOSTO DA POLÊMICA", AFIRMA FERNANDO MORAIS - Alessandra Ungria


Fernando Morais em palestra sobre su novo livro na PUC-SP. Foto: Jessica Oliveira
Jornalista há 50 anos, Fernando Morais está sempre à procura de uma boa história para contar. Em palestra a alunos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), na quarta-feira (7), ele reafirmou essa postura. "Eu sempre preferi a reportagem. Não só acho que é a melhor escola como é a área mais sedutora do jornalismo". E acrescenta: "Não gosto de personagens lineares. Gosto da polêmica".

Lançando o décimo livro de sua carreira, "Os últimos soldados da Guerra Fria", Morais tem passagem, também, pelas principais redações do país, como da revista Veja, da Folha de S.Paulo e da TV Cultura. Entretanto, segundo ele, "o grau de liberdade que se tem ao publicar livros é muito grande. E a gratificação pessoal também é enorme. Quando você escreve seu livro-reportagem, você é seu próprio pauteiro". 

Quase um especialista em matérias especiais, o jornalista tem histórico em produção de biografias. Morais escreveu "Montenegro", sobre a história do Marechal Montenegro; "Chatô, o rei do Brasil", sobre o empresário criador do Masp, Assis Chateaubriand; "Olga", sobre a mulher do comunista Luís Carlos Prestes, que foi deportada para a Alemanha nazista, e "O Mago", sobre a vida do escritor Paulo Coelho. "Sobre tudo em biografias, o ideal é que você consiga desenterrar o defunto e o faça andar quase como antes, quando era vivo. Não se pode nem crucificar nem canonizar o biografado".

Outro aspecto recente, porém importante nas obras de Morais, são suas adaptações para o cinema. "Olga" foi transformado em filme, em 2004, e bateu recordes de bilheteria nacional, ultrapassando os três milhões de espectadores. "Nunca vi um filme ser tão escorraçado pela crítica e tão amado pelo público", diz o jornalista sobre a produção. 

Para um futuro próximo, "Na Toca dos Leões" deve ser também transformado em longa-metragem, com a direção de Fernando Meirelles. Morais diz que costuma não se envolver com o roteiro desenvolvido, apesar de se colocar sempre à disposição para colaborar. "Só há um filme que é fidelíssimo ao livro: aquele que você coloca uma câmera em cima do livro e filma o virar das páginas".

Na ocasião, Morais também deu pistas sobre seu próximo trabalho. "Já estou arrastando minha asinha pro Lula, pode ser que venha algo por aí", afirmou. Nas próximas semanas, ele deve continuar com a divulgação do novo livro, que teve tiragem inicial de 30 mil cópias.

Extraído do sítio Portal da Imprensa

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