16 de setembro de 2012

ARTRIO CRESCE EM TAMANHO E PROBLEMAS - Silas Martí

Em sua segunda edição, a ArtRio dobrou de tamanho e multiplicou também os problemas. Galeristas que trabalham na feira, que vai até amanhã no píer Mauá, na zona portuária do Rio, reclamam de graves falhas estruturais e contestam atitudes dos organizadores.

Membros do comitê de seleção da feira também estudam pedir demissão. "Não sei o que é esse comitê, até agora não entendo o que estamos fazendo aqui", diz um conselheiro que não quis ser identificado. "É um horror."

Outro horror, segundo os galeristas, é a área externa da feira, reservada a casas emergentes, que ficou conhecida como "favelinha".

Quando chove, donos dos estandes mais próximos da entrada correm para retirar as obras, que ficam expostas à maresia e à água. Pássaros que entram no espaço também danificaram trabalhos.

Mulher observa obra na ArtRio. Foto: Antonio Lacerda/Efe 

Uma das maiores galerias do mundo, a britânica White Cube, relatou problemas de montagem e indefinição sobre regras para dar ou não descontos de impostos em vendas realizadas na feira.

"Recebemos informações falsas e vamos tomar uma atitude. É grande a frustração, e a organização é ausente.", diz Denis Gardarin, um dos diretores da galeria.

Uma das crises entre as galerias foi a disputa por paredes mais altas nos espaços expositivos, concedidas só à gigante americana Gagosian.

Diretores de galerias nacionais, em especial as menores, também reclamam que a feira privilegia os estrangeiros e não se esforça para resolver os problemas técnicos que atrapalharam suas vendas.

Brenda Valansi Osorio, uma das organizadoras da feira, reconheceu problemas estruturais. "Sinto muito por quem está chateado", diz. "Nosso intuito é fazer o melhor para todos e não deixar as falhas ocorrerem de novo".

Segundo a diretora, o maior problema era a entrada de pássaros na área das galerias emergentes, a ser solucionado com a instalação de uma proteção de tecido.

Osorio também disse que a área destinada às jovens galerias é a "menininha dos olhos" da feira e que foi grande o investimento nessa área --o metro quadrado do lado de fora dos armazéns custa o mesmo que o espaço dentro.

"Há os que reclamam e os que acham agradável", diz a diretora. "A gente foi crescendo e não tem mesmo como agradar a todo mundo."

Extraído do sítio Folha de S. Paulo

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