26 de setembro de 2013

MÊS DO BRASIL NA CHINA E SEMANA DA CULTURA BRASILEIRA EM MACAU

Entre os dias 3 e 29 de setembro, oito cidades chinesas, Pequim, Xangai, Hangzhou, Chongqing, Nanquim, Wuxi, Hong Kong e Macau, receberão mais de 50 eventos culturais: é o Mês da Cultura Brasileira na China. Através de diversas expressões artísticas como concertos musicais, apresentação de filmes, espetáculos de dança e mostras fotográficas, de literatura e de gastronomia, os chineses poderão conhecer a cultura diversificada do Brasil.


E entre 15 de outubro e 11 de novembro, será a vez de a China apresentar aos brasileiros sua programação: o Mês da China no Brasil.

A abertura da programação se deu a partir de show de Francis e Olívia Hime, em Pequim, dia 3. No espetáculo, Sem Mais Adeus, homenagearam Vinícius de Moraes (1913-1980) – este ano comemora-se o centenário de nascimento do poeta. No dia 7, o mesmo concerto foi apresentado no Festival de Jazz de Xangai.

Entre os dias 13 e 14 de setembro, o escritor, editor e mestre em literatura pela Universidade de São Paulo, Leandro Sarmatz, e a escritora e cronista da revista cultural ‘Piauí’, Vanessa Bárbara, falaram aos chineses de Xangai sobre a nova literatura brasileira. Sarmatz abordou, em especial, a literatura do Rio de Janeiro entre as décadas de 1950 e 1970, com as obras de Vinícius de Moraes e de Clarice Lispector (1920-1977).

E ainda em Xangai, dia 13, iniciou-se o 4º. Brapeq – Festival de Cinema Brasileiro na China, em Pequim.

A embaixada brasileira em Pequim, o Consulado-Geral do Brasil em Xangai e o Consulado-Geral do Brasil em Hong Kong são os responsáveis pela organização dos eventos.

No último dia 12, a Embaixada do Brasil na China realizou uma entrevista coletiva em Pequim para lançar o Mês do Brasil na China.

“A cultura é o que faz a identidade de uma nação”, declarou a ministra da Cultura do Brasil, Marta Suplicy, durante a entrevista em Pequim concedida a mais de 20 veículos de imprensa da China. “A nossa música tem forte raiz africana, a nossa gastronomia também. Ao mesmo tempo, temos bastante influência dos europeus e dos povos indígenas. Muitas palavras do português são de origem indígena. Esta miscigenação é o que forma nossa identidade.”

A realização desse Mês da Cultura Brasileira na China faz parte de um acordo assinado em 2011 pelo então presidente chinês Hu Jintao e a atual presidenta brasileira Dilma Rousseff.

II Semana da Cultura Brasileira começou em Macau 

O Estado brasileiro de Pernambuco é o tema central da segunda edição da Semana da Cultura Brasileira em Macau, que decorre integrada no Mês do Brasil da China e arrancou dia 23.

O evento em Macau é realizado em parceria com o Departamento de Português da Universidade de Macau e na qual participam vários académicos.

Além dos filmes e das exposições, a segunda edição da Semana da Cultura Brasileira trouxe até Macau especialistas da literatura do país para discutirem o Sertão – as zonas áridas do interior do nordeste brasileiro – que “inspiram escritores e é fonte muito rica da imaginação artística” da região, explicou à Agência Lusa Raquel Abi-Sâmara, uma das coordenadoras do evento.

Em destaque estará também a literatura de cordel, um género literário típico do Estado e que “está muito vivo, mantendo a sua tradição de retratar em verso a atualidade”, acrescentou a mesma responsável, salientando que ela própria, numa visita recente a Pernambuco, ouviu e leu muitas crónicas relacionadas com as manifestações no Brasil. “Era o assunto do dia”, explicou.

Ao longo da semana, os alunos dos cursos de português da Universidade de Macau vão ter também oportunidade de contactar diretamente com escritores brasileiros, como Adriana Lisboa, galardoada em 2003 com o Prémio José Saramago, que vai apresentar o seu mais recente romance em Macau no próximo fim de semana.

O livro, intitulado Hanói, será apresentado na Livraria Portuguesa de Macau, no final da primeira viagem da autora à China.

Nascida no Rio de Janeiro, Adriana Lisboa vive há seis anos nos Estados Unidos, e Hanói, o seu sexto romance, apresenta-se como um livro sobre “deslocamentos”, onde a cidade evocada no título “é mais um futuro imaginado do que uma localidade geográfica”.

Em declarações à Agência Lusa, Fernanda Gil Costa, diretora do Departamento de Português da Universidade de Macau, explicou que o objetivo da semana cultural “é contribuir para que o Brasil seja mais conhecido em Macau”.

“É o maior dos países lusófonos e, portanto, temos o maior interesse que Macau – onde o português continua a ser Língua oficial, embora se dê pouco por isso – conheça os países da Língua Portuguesa. O Brasil é aquele que tem mais falantes de português no mundo e, por isso, é bastante representativo, quer no presente, quer daquilo que julgamos poder vir a ser o futuro da Língua Portuguesa”, disse.

A mesma responsável acrescentou que o Brasil é, em termos culturais, “muito diversificado e também muito importante porque a cultura brasileira, sobretudo a música, é um evento mundial. E tudo aquilo que tenha a ver com o conhecimento e reconhecimento do caráter impar da cultura brasileira é extremamente importante.” 

Extraído do sítio Ventos da Lusofonia

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