17 de setembro de 2013

MAL CUIDADOS, MUSEUS 'ESCONDEM' HISTÓRIA DO CEARÁ - Aflaudisio Dantas

Passeio por museus no Centro de Fortaleza é uma opção interessante para o cearense que quer conhecer um pouco da história de sua gente.


As ruas estreitas do Centro guardam tesouros culturais à espera de serem desvendados. São bens que ficam em museus abertos ao público, mas em condições muitas vezes distantes das ideais. O POVO visitou sete deles. Dois estão fechados e os que funcionam, têm problemas para continuar funcionando. 

Museu do Ceará
Foi buscando o Museu do Ceará que o designer carioca André Chamacho chegou à conclusão de que o cearense não conhece a própria história, que, segundo ele, é riquíssima. Em Fortaleza pela primeira vez, quis visitar a primeira instituição museológica oficial do Estado e teve problemas para achar o endereço. “A gente perguntava e as pessoas diziam que tinham ouvido falar, mas que não sabiam onde ficava. No Google Maps, as referências que encontrei eram confusas. Acabei encontrando o museu meio que por acaso”, lamenta.

Museus são ótimos lugares para destruir estereótipos e derrubar muralhas de preconceito. Foi com essa ótica que a americana Heather Hopkin visitou o Museu do Ceará e o Museu da Cultura Cearense. “Descobri o que é a história real. Foi uma surpresa boa”. Ela conheceu o vaqueiro e outros personagens do sertão.

Museu da Cultura Cearense
Mas não apenas de vaqueiros e secas vive o Ceará. Há heróis militares. O mais emblemático é o general Antônio de Sampaio, que lutou em diversos conflitos na época do Brasil Colônia. O general nasceu em Tamboril, a 301 quilômetros de Fortaleza, e foi morto na Guerra do Paraguai, em 1864. Na 10ª Região Militar, há um museu em homenagem a ele, onde preciosidades como um revólver Lefaucheux e uma espada do general estão expostos.

Museu de Arte e Cultura Popular
Se o desejo por ter contato com a cultura popular for grande, o melhor é se dirigir ao Museu de Arte e Cultura Popular. Ele funciona no andar superior do Centro de Turismo (Emcetur). A história do cearense é contada lá através de obras de grandes mestres da cultura popular do Estado. Uma pena que boa parte das 1.560 peças não tenha identificação, impossibilitando saber os autores. Também não havia guias ou educadores no momento da visita feita pelo O POVO. 

Dos equipamentos visitados, a Casa Juvenal Galeno parece estar em melhor estado. O ambiente é limpo, o acervo bem cuidado e as instalações não têm falhas aparentes. Além de uma biblioteca com aproximadamente 20 mil livros, há eventos regulares. O prédio foi morada de Juvenal Galeno por 40 anos.

Dois dos equipamentos visitados estão desativados. O memorial da Secretaria da Fazenda (Sefaz), há mais de 15 anos, segundo a auditora fiscal Yolita Sá. Há um projeto em elaboração para reativá-lo no prédio da própria Sefaz. O objetivo é contar a história fazendária do Ceará. O Museu das Secas, que funcionou no Palacete Carvalho Mota até 2004, na esquina das ruas General Sampaio e Pedro Pereira, é outro que está fechado e sem previsão de reabertura. Em exposição mesmo, só as peças de roupas vendidas pelos camelôs na calçada do prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Extraído do sítio Jornal de Hoje

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