17 de setembro de 2013

LEITURA CRESCE MAS BIBLIOTECAS SÃO FECHADAS - Fernando Granato e Tamiris Gomes

Três das quatro bibliotecas do projeto Embarque na Leitura foram fechadas, sem previsão de reabertura.


Já virou rotina. Todos os dias, milhares de passageiros do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) aproveitam o tempo das viagens para colocar a leitura em dia. Apesar de ser cada vez mais comum a cena de passageiros lendo, o projeto Embarque na Leitura, parceria com o IBL (Instituto Brasil Leitor), praticamente foi extinto no ano passado por falta de patrocínio. Das quatro estações que tinham bibliotecas para emprestar, de graça, livros aos usuários do transportes sobre trilhos, apenas uma, a do Paraíso, mantém o serviço.

De acordo com o IBL, diversas empresas de médio e grande portes, principalmente do setor de serviços, apoiavam o Embarque na Leitura por meio de renúncia fiscal e deixaram de fazê-lo com a crise econômica. “Desde o início, o acordo com governo do estado não previa investimentos de caixa, mas sim a cessão do espaço”, explica o instituto, em nota. 

A consolidação de projeto de leitura com o transporte coletivo é um caminho difícil. Desde quando o escritor Mário de Andrade foi secretário de Cultura de São Paulo, nos anos 1930, a capital tenta combinar incentivo à leitura com o transporte coletivo (veja ao lado), nem sempre com sucesso. 

CPTM e Metrô descartam retomar as bibliotecas com recursos públicos. Segundo a companhia de trens, a empresa mantém o projeto Livro Livre, que anualmente distribui, durante três dias, livros nas estações mais movimentadas. “Nos últimos sete anos, mais de cem mil livros foram emprestados aos usuários”. “Em paralelo, a CPTM estuda outros projetos para intensificar o incentivo à leitura.”

Segundo o Metrô, a empresa aguarda o Instituto Brasil Leitor buscar novos patrocínios para dar continuidade ao programa e reativar as bibliotecas fechadas. Mesmo assim, os passageiros leem o que encontram pela frente. O conferente de estoque Jefferson Paixão, 25 anos, por exemplo, passa três horas por dia no transporte público lendo. No trajeto que faz de trem de sua casa ao trabalho, ele utiliza três linhas da CPTM: 11-Coral, 7-Rubi e 8-Diamante. Em quatro meses, leu sete livros. “É um passatempo produtivo. Consigo ler 20 páginas na ida e 20 páginas na volta. Em uma semana já li dois livros.”

Extraído do sítio Diário de S. Paulo

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