23 de novembro de 2011

REDES SOCIAIS RUSSAS SE MOBILIZAM EM TORNO DAS "MULHERES PELADAS"

Ganha cada vez maior mobilização na Rússia, através das redes sociais, a iniciativa de mulheres do Oriente Médio e da África em prol da liberdade de expressão e do reconhecimento pelos governos locais dos direitos dos movimentos feministas. Tudo começou com as fotos que a egípcia Alia Magda El-Mahdi postou na internet, nas quais ela aparece nua, acompanhadas de um manifesto em que reivindica seus direitos.

Em Israel, 50 jovens aderiram à iniciativa. Coletivamente, elas se deixaram fotografar nuas diante de um cartaz em que declaravam apoio à egípcia Alia (site ynet). O cartaz também trazia a inscrição “O amor sem limites”. 

A foto espalhada nas redes sociais russas: Mulheres peladas israelenses fazem protesto
pela liberdade de expressão.
Alia Magda El-Mahdi, de 20 anos, é uma estudante de Jornalismo da Universidade Americana no Cairo. No seu blog, ela divulgou várias de suas fotos, algumas delas, inteiramente nua. No texto, Alia se declara “feminista, laica, liberal, vegetariana e individualista” e se define como “uma egípcia pronta para lutar contra a censura islâmica, contra o racismo, contra a discriminação sexual e contra o assédio sexual na sociedade egípcia”.

O protesto da jovem egípcia gerou toda uma onda de publicações na mídia ocidental. Na Rússia, porém, intelectuais e cientistas políticos receberam a iniciativa com cautela, afirmando que na África, no Oriente Médio e na Ásia os movimentos da liberação feminina ainda são vistos com muitas restrições e não deverão render resultados a curto prazo. Mas, para os analistas russos, a iniciativa das mulheres da África e do Oriente Médio é muito boa, porque vai influenciar na consolidação de um movimento em favor dos direitos das mulheres em todos aqueles países. {Diário da Rússia}
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Será que o Oriente Médio tem pela frente uma “revolução pelada”?

Parece que no Oriente Médio está prestes a amadurecer mais uma revolução. Os jornalistas já a chamaram de pelada, pois as moças resolveram lutar pela igualdade de direitos de homens e mulheres nos países da região desnudando o próprio corpo. Tudo começou com a démarche da egípcia Alia Magda El-Mahdi e agora a esta ação já aderiram cinquenta jovens israelitas.

Os jornais e canais de televisão israelitas e os bloguistas do mundo inteiro discutem a série de fotografias coletivas, uma parte da qual foi parar nas primeiras páginas dos jornais. Cinqüenta jovens de Israel reuniram-se para mandar fazer um retrato coletivo desnudo. Nesta idéia não existe nenhum fundo erótico. Tudo foi feito somente em prol da política e da igualdade social. As moças, totalmente despidas, fotografaram-se junto de um cartaz com a inscrição O amor sem limites. A ação devia chamar a atenção do público e manifestar o apoio de feministas israelitas à egípcia Alia Magda El-Mahdi.

Esta aluna de 20 anos da faculdade de jornalismo da Universidade Americana no Cairo publicou no seu diário de Internet uma série de fotografias, numa das quais ela aparece totalmente nua. Esta página já foi vista por mais de três milhões de pessoas. A própria Alia afirma que ela é feminista laica e liberal, vegetariana, individualista e egípcia. A moça afirma que está pronta a lutar contra a censura islâmica, contra o racismo, discriminação sexual e assédio sexual na sociedade egípcia.

O cientista político e presidente do Instituto do Oriente Médio Evgueni Satanovski rende o devido respeito a esta ação mas encara-a, todavia, com um certo pessimismo. Na sua opinião, no Próximo Oriente é impossível qualquer revolução sexual, feminista ou outras revoluções femininas.

Em primeiro lugar, no Oriente Médio não há nenhuma revolução democrática. Existe, sim, um certo número de golpes de Estado que têm levado ao poder diversos grupos islâmicos, que vêem com maus olhos o feminismo, o movimento de cristãos e todas as demais alterações estruturais na sociedade, a que chamam de democráticas, tendo em vista a democracia do tipo ocidental. Em segundo lugar, o feminismo no Oriente Médio está condenado em princípio, da mesma maneira que as minorias sexuais. O Ocidente precisou de milhares de anos para chegar ao atual estado de correlação dos sexos. O Oriente Médio está hoje em dia ao nível da época medieval da Europa. Por isso, não podemos falar de nenhum direito das mulheres.

O protesto da jovem egípcia gerou toda uma onda de publicações na mídia ocidental. Todos discutem, se a primavera árabe que os países do Norte da África e do Oriente Médio viveram vai alterar ou não os alicerces sociais.

Mas o mais importante se fez – se começou a falar dos direitos das mulheres. Todavia, o cientista político Stanislav Tarassov reconhece que, apesar de tudo, não vale a pena aguardar em breve uma revolução feminista no Oriente Médio.

O movimento feminino sempre foi pouco desenvolvido no Oriente Médio. O fato de que as israelitas se terem desnudado e organizado esta ação de protesto é uma manifestação da mentalidade européia. No Oriente, o movimento feminino na sua forma radical é praticamente impossível. No entanto, o movimento mundial e europeu irá influenciar, certamente, o incremento da autoconsciência feminina nos países do Oriente Médio. {Voz da Rússia}

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