22 de novembro de 2011

VELHO MUNDO X NOVO MUNDO - Vanessa Sobral

Não é apenas a geografia que distingue vinhos do novo mundo de vinhos do velho mundo, eles tendem a ter estilos diferentes também.

É comum ouvirmos frases como: “É um estilo Novo Mundo”, ou “Este é um vinho com características de europeu”, mas o que isso significa?

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Quando falamos de vinho, Velho Mundo significa Itália, Espanha, França, Portugal e todos os outros países europeus que cultivam uvas há séculos. Já o termo Novo Mundo se refere a países em que o cultivo das uvas se desenvolveu mais recentemente, ou melhor, países cujos vinhos começaram a se destacar no panorama mundial após a década de 70. Por exemplo, Estados Unidos, Austrália, Chile e Argentina.

As diferenças no resultado final do vinho começam a se explicar pelo uso da tecnologia. Nos países do Novo Mundo o investimento em tecnologia aconteceu primeiro e de forma muito mais expressiva e os enólogos se focaram mais na uva e nas técnicas de vinificação, em detrimento ao local de plantio, mais valorizado no Velho Mundo. Por isso é comum encontrarmos nos vinhos do Novo Mundo intensidade de frutas, textura, aromas e opacidade óptica.

Enquanto o Novo Mundo busca especificidade da uva, o Velho Mundo se mantém focado na especificidade da região. Há, sem dúvida, exceções. Existem pequenos produtores do Novo Mundo que buscam a expressão máxima de um determinado vinhedo e terroir, o que também não os aproxima das características dos vinhos do Velho Mundo.

Outra questão importante é a flexibilidade nas apelações. Produtores do Novo Mundo podem optar pela variedade que vão plantar e se adaptam de acordo com a demanda do mercado, ou as alterações climáticas, enquanto que, um enólogo da Borgonha, por exemplo, precisa seguir as rígidas regras da apelação.

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Embora o Novo Mundo pareça em vantagem, existe uma forte crítica de enófilos e jornalista influentes que condenam o excesso de fruta, madeira e álcool tão marcantes em seus vinhos. Para quem prefere vinhos mais elegantes, sem tanta exuberância de fruta, tem mais facilidade de encontrá-los no Velho Mundo.

O fato é que em grande parte das regiões do Novo Mundo, o clima é mais quente e as uvas amadurecem mais, concentram mais açucares. Nas regiões mais frias, é possível fazer vinhos que se aproximam mais do estilo europeu. Ou seja, não existe uma linha que divide perfeitamente um estilo do outro, mas sim uma enorme influencia dos estilos entre si, que os tornam cada vez mais hibridizados.

Em linhas gerais, salvas as infindáveis exceções, vinhos brancos do Novo Mundo têm aromas tropicais, riqueza de corpo (especialmente os Chardonnays barricados), enquanto brancos do Velho Mundo têm maior acidez, notas minerais, álcool moderado e madeira menos pronunciada.

Já os tintos do Novo Mundo têm cor mais escura, aromas de frutas negras e maduras são encontrados com freqüência, assim como notas de baunilha e especiarias devido ao uso de carvalho novo e taninos redondos. O tinto do Velho Mundo tem cor mais clara, aromas menos acentuado, é mais seco na boca e tem menos álcool.

Extraído do blog Falando sobre Vinhos, de Vanessa Sobral.

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