10 de dezembro de 2012

BIBLIOTECA DIGITAL DISPONIBILIZA PATRIMÔNIO CULTURAL DA ALEMANHA - Sike Wünsch


Todos deverão ter livre acesso à memória cultural da Alemanha através de um grande portal na internet. Esse é o objetivo da DDB, a Biblioteca Digital Alemã, ainda em versão beta. Uma meta viável, garantem seus criadores.

O portal ainda está em fase de testes e não tem um design muito atraente, mas isso deverá mudar em breve. O site Deutsche Digitale Bibliothek (Biblioteca Digital Alemã – DDB), promete reunir uma coleção de saber sem precedentes: uma rede de cultura e ciência, um arquivo ímpar da memória cultural da Alemanha.

E até mesmo da Europa, pois a DDB faz parte do portal cultural europeu Europeana, que existe há mais de quatro anos. E essa está em estágio bem mais avançado: as informações sobre museus e exposições são acompanhadas de imagens; os temas são tão diversos, que o usuário até esquece o mundo enquanto pesquisa.

Screenshot da DDB, ainda em versão beta
Expedições aos mundos real e virtual

Há três anos, em 2 de dezembro de 2009, o governo alemão decidiu contribuir para a Europeana com a criação da DDB. A ideia é reunir informações sobre cultura numa plataforma multimídia, em colaboração com bibliotecas, museus, arquivos e cinematecas.

"Queremos possibilitar a todos vivenciar cultura e ciência", diz o professor Hermann Parzinger, presidente da fundação Preussischer Kulturbesitz e também da DDB. "Pois a memória cultural da Alemanha pertence a todos. Por isso queremos tornar isso, e todos os tesouros escondidos, acessíveis a todo mundo", completa o professor.

No portal haverá tanto visitas virtuais a museus como imagens tridimensionais de esculturas e monumentos. "Nunca será como uma visita real ao museu, mas queremos criar possibilidades para preparar ou complementar a ida ao museu", comenta Parzinger.

Além disso, todos terão acesso a objetos que, por razões de conservação, não são acessíveis ao público. Ou seja, será possível observar virtualmente manuscritos ou livros que poderiam se desfazer sob condições climáticas normais. E, usando as funções de aumento, colocá-los sob a lupa.

Resposta ao Google?

Instituto Cultural Google: louvável, mas comercialmente comprometido
Há muito um portal do gênero se fazia necessário. O grupo norte-americano Google deu o exemplo: há anos o Google Books coloca livros digitalizados na rede. O Google Cultural Institute é uma plataforma de informação histórica, apreciada também por pesquisadores e historiadores.

No entanto, embora as páginas do "Institute" sejam isentas de publicidade, a Google tem a grande desvantagem de ser um grupo comercial, um protagonista da luta entre os gigantes da internet. A forma como o Google lida com os dados dos usuários tem sido repetidamente alvo de críticas.

Já os coordenadores da DDB estão bem longe desse perigo. "As informações disponíveis são processadas com grande esmero editorial e levam o selo de qualidade das instituições culturais e científicas alemãs", explica Elke Harjes-Ecker, da Secretaria de Educação do Estado da Turíngia. "Os resultados das buscas não são influenciados por interesses comerciais."

Até agora, "apenas" 1.800 instituições culturais e científicas do país fazem parte da DDB, o que já resulta em mais de 5,6 milhões de registros. No entanto, para se ter uma visão abrangente da herança cultural da Alemanha, seria necessário chegar a, no mínimo, 30 mil institutos.

Direito autoral

Os coordenadores do projeto prometem que o direito autoral é respeitado em todos os seus registros. A DDB pretende disponibilizar sua coleção digital em diversas mídias. Os jornalistas poderão utilizá-la como ferramenta de pesquisa; autores de livros didáticos e programas de aprendizado virtual (e-learning) também se beneficiarão.

Manuscrito do quarteto de cordas op. 135, de Ludwig van Beethoven
Até mesmo fabricantes de jogos de computador poderão reutilizar os conteúdos da DDB. Tudo, mediante o devido pagamento, é claro. E mesmo assim haverá limites para a reutilização, pois nem todos os registros estarão liberados para esse fim.

Muitas das ideias apresentadas nos quase sete minutos do vídeo institucional da DDB ainda soam como visões de um futuro distante. Inegável é, afirma Parzinger, que, na era eletrônica, cultura e ciência precisam ser " digitalmente vivenciáveis". Assim, ao fim de sua apresentação sobre a DDB, o professor admite: "Ainda não alcançamos nossa meta. Este é um processo que vai levar vários anos".

Extraído do sítio Deutsche Welle

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