O artista chinês Liu Bolin não é menos conhecido no mundo do que o pintor dissidente Ai Weiwei. Os seus trabalhos estão expostos nas melhores galerias do mundo e Moscou não é exceção.
Na foto vemos uma estante com revistas e jornais. Mas basta olharmos com mais atenção para percebermos que temos perante nós uma pessoa cujo corpo, artisticamente pintado, nos causa a impressão de ser completamente transparente. Ele como que se funde com o meio ambiente, abdicando voluntariamente da sua própria individualidade.
O artista converte-se a si próprio em escultura, se transformando no elemento central da obra artística. Com a ajuda de assistentes, que dominam na perfeição a técnica de Body Art, a sua figura funde-se a pouco e pouco com o meio ambiente até desaparecer. No fim, surge a fotografia. Às vezes, Liu Bolin repete a foto, transpondo - a para a tela.
Segundo ele próprio, veio a Moscou para “se dissolver na realidade russa”. Como diz o artista, ele planeava fazer uma atuação na Praça Vermelha, mas não lhe foi autorizado. Teve que mudar de planos: Liu Bolin fez-se fotografar à frente de uma estante com revistas que, na sua opinião, “refletem muito bem a situação informativa da cidade, aquilo que preocupa as pessoas neste momento”.
Formado pela Academia de Belas-Artes da província de Shandong, Liu Bolin começou a sua carreira como escultor. No entanto, depois de as autoridades de Pequim terem encerrado, há sete anos atrás, o Acampamento Artístico Internacional na capital chinesa e destruído osateliers dos artistas, Liu Bolin inventou uma forma original de expressar o seu protesto: foi assim que surgiram as fotografias do artista “invisível” escapando à Polícia.
Atualmente, já não se pode dizer que arte de Liu Bolin é de protesto. Ele dedica os seus trabalhos às pessoas anónimas, desprovidas de qualquer tipo de atributos pessoais que as possam diferenciar na multidão.
Extraído do sítio Voz da Rússia
Extraído do sítio Voz da Rússia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão moderados. Não serão mais publicados os de anônimos.