O flautista brasileiro Altamiro Carrilho, que morreu de câncer no pulmão, na quarta-feira passada (15), aos 87 anos, foi sucesso também em território russo e nos países da extinta União Soviética, quando lá se apresentou na década de 60. Após o seu aplaudidíssimo show em Moscou, em 1963, o Maestro Boris Trisno, um dos mais conceituados da Rússia, afirmou que “Altamiro Carrilho é um dos músicos mais afinados do mundo e um dos melhores solistas de flauta do planeta”. Seu êxito na União Soviética foi tamanho que o músico precisou estender sua permanência no país por três meses para atender aos sucessivos convites que recebia para se apresentar em várias partes do país.
Músico e compositor, com mais de cem discos gravados ao longo da carreira, Altamiro Carrilho estava internado na Clínica Ênio Serra, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, desde o início da semana. O enterro do artista acontecerá na quinta-feira, 16, em Santo Antônio de Pádua, cidade no interior do Estado do Rio de Janeiro, onde o músico nasceu no dia 21 de dezembro de 1924.
Altamiro Carrilho tocou na Rússia na década de 60 |
Altamiro compôs cerca de duzentas canções em seus mais de 70 anos de carreira e se apresentou em mais de 40 países, contribuindo para a divulgação do choro brasileiro. Além das próprias músicas e de acompanhar as gravações dos mais consagrados artistas brasileiros, deixou sua marca inconfundível em solos de flauta em dois dos maiores sucessos brasileiros: “Detalhes”, de Roberto Carlos, e “Meu Caro Amigo”, de Chico Buarque de Hollanda.
A primeira flauta Altamiro Carrilho ganhou aos 5 anos, como presente de Natal. Depois, passou a produzir seus próprios instrumentos com bambu. Aos 11 anos, começou a ter aulas de música gratuitas com um carteiro.
Sua carreira musical ganhou impulso em 1938, quando integrou no grupo de seu avô, a Banda Lira de Arion, e, em seguida, ao vencer o programa de calouros de Ary Barroso, compositor de “Aquarela do Brasil”. Em 1951, entrou para o Regional do Canhoto, substituindo Benedito Lacerda, flautista, compositor e parceiro de Pixinguinha.
Ainda na década de 1950, com o grupo Altamiro e Sua Bandinha, apresentou um programa na TV Tupi e emplacou o sucesso "Rio Antigo", com mais de 700 mil cópias vendidas. Nos anos 1960, viajou para fora do Brasil e, a partir daí, recebeu consagração nacional e internacional.
Alternando seu repertório entre a música erudita e a música popular brasileira, o flautista Altamiro Carrilho vinha se apresentando nos últimos tempos com o seu conjunto, em que havia músicos de cavaquinho, pandeiro e violão de 7 cordas.
Extraído do sítio Diário da Rússia
Extraído do sítio Diário da Rússia
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