Atriz Danielle Soprano, personagem sobrevivente do filme Xingu
O filme Xingu, dirigido por Cao Hamburguer, é mais do que necessário para se entender o Brasil e resgatar a memória dos irmãos Villas Boas. E isso parece ter sido respeitado pela produtora O2, do cineasta Fernando Meireles. O filme faz jus à inigualável trajetória dos irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Boas.
Sob uma narrativa envolvente, com belas imagens e dramas, há a sensibilidade e inteligência dos irmãos que vão se construindo diante da tragédia eminente dos povos indígenas. Eles transformam suas próprias consciências ao tomarem contato com os indígenas, sua cultura, suas vidas.
O sucesso da empreitada dos irmãos Villas Boas talvez tenha sido o fato de serem irmãos e trabalharem como uma equipe. Havia o político, o engajado, o encantado. Eles se subsidiaram em uma história que já tentava compreender e proteger os povos indígenas na pragmática de Marechal Cândido Rondon, intelectualidade de Darcy Ribeiro e na vida de muitos outros.
A construção do Parque Indígena do Xingu fez exatamente o que eles previam, deixar mais lentamente a destruição provocada pela cultura dos homens brancos. “O branco é o inimigo”, diz Cláudio Villas Boas em um belo momento paradoxal do filme. Depois de décadas, depois de tanta urbanização da vida, o Xingu ainda continua preservado, mas não por muito tempo. O Parque está cada vez mais ameaçado nas nascentes dos rios e na destruição das florestas no entorno.
A destruição dos povos indígenas continua, vide a situação recente dos Guarani-kaiowás. O Xingu está se transformando em uma ilha que guarda a história desses brancos de alma indígena de que o Brasil haverá de se orgulhar ainda mais.
Veja um documentário de Paula Saldanha sobre os 50 anos do Parque Xingu e que contém uma entrevista com Orlando Villas Boas.
Extraído do sítio Educação Política
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