Foto de Irina Popova. Ela foi criticada por retratar uma criança exposta a situações de risco em vez de ajudar a resolver a situação. |
Usar a vida do outro como inspiração e objeto para a fotografia sempre foi um assunto muito polêmico, principalmente no campo do fotojornalismo. Fotógrafos de guerra e documentaristas como Sebastião Salgado sempre estiveram na mira dos críticos que encaram seus trabalhos como sensacionalistas e oportunistas, já que, em sua visão, eles se aproveitam da fragilidade alheia.
Tal rechaço sobre os cliques reais também recaiu sobre o trabalho da fotógrafa russa Irina Popova, que, no intervalo entre registros de povos em situação vulnerável, resolveu realizar uma série sobre os sentimentos. O ponto de partida: Irina estava saindo de uma casa noturna e encontrou uma mulher fazendo xixi na rua, com um carrinho de bebê ao lado, no ano de 2008.
Com a autorização da personagem, ela começou a fotografar e logo foi convidada para entrar na intimidade de Lilya, morando em sua casa por duas semanas. O resultado foi uma série que retrata o dia a dia um casal jovem de São Petersburgo, com uma filha pequena, e com um estilo de vida baseado em drogas e bebedeiras com os amigos.
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Entretanto, o que essa visão míope faz é deixar de entender o trabalho documental como um registro da realidade, nesse caso a situação de jovens em um mundo em crise, sem perspectiva de trabalho e crescimento, com muita sensibilidade. Clique aqui para ver a galeria completa.
Extraído do sítio Colherada Cultural
Extraído do sítio Colherada Cultural
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