quebrassem com estrondo um pedaço de gelo
para a salada de frutas do pomares...
O cafezal, numa carreira alucinada,
grimpa as lombas de ocre
apedrejada matilha de cães verdes...
fremem, gotejam eriçadas suas copas
como pêlos de um animal todo molhado.
O céu é uma pedreira cor de zinco
onde estoura dinamite dos coriscos.
Rola de fraga em fraga a lasca retumbante
de um trovão.
Os riachos
correm com seus pés invisíveis e líquidos
para o abrigo das furnas. No terreiro,
as roupas penduradas nos varais
dançam, funambulescas, com as pedradas,
numa fila macabra de enforcados!
In Poesias, 1958, p 49.
* Páginas de Menotti del Picchia na ABL, no Wikipedia e Casa Menotti del Picchia.
Extraído do sítio Poesia Ao Vento
In Poesias, 1958, p 49.
* Páginas de Menotti del Picchia na ABL, no Wikipedia e Casa Menotti del Picchia.
Extraído do sítio Poesia Ao Vento
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão moderados. Não serão mais publicados os de anônimos.