Amanheço com a chuva
dos anos da memória
e nada exaure mais
que este gosto de sal
E quanto queria
amanhecer longe
destes páramos
e perder com justeza
e sorrir com a vida
mas nada transporta
ou redime
os amigos mortos
A vida dói na alma
como uma tina de fel
e guardamos o segredo
de continuar vivos
para incrível surpresa
dos que comandam a vida
Luís de Miranda (Uruguaiana, RS - 6 de abril de 1945) é um premiado poeta brasileiro, autodenominado autor da obra poética mais extensa do mundo, com 2.705 páginas (seguido por Pablo Neruda, com 2.080 páginas). Trabalhou e escreveu em diversos órgãos de impressa de Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Em 1987 foi eleito para a Academia Rio-Grandense de Letras, e em 2000 é eleito para a Academia Sul Brasileira de Letras. Em 2010, recebeu uma insignia da Academia de Artes, Ciências e Letras de Paris.
Extraído do blog Meus Poemas Favoritos
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