Continuamente estou imaginando
Se esta vida, que logro, tão pesada
Há de ser sempre aflita, e magoada,
Se com o tempo enfim se há de ir mudando.
Em golfos de esperança flutuando
Mil vezes busco a prata desejada;
E a tormenta outra vez não esperada
Ao pélago infeliz me vai levando.
Tenho já o meu mal tão descoberto,
Que eu mesmo busco a minha desventura,
Pois não pode ser mais seu desconcerto.
Que me pode fazer a sorte dura,
Se para não sentir seu golpe incerto,
Tudo o que foi paixão, é já loucura!
* É o primeiro verso do poema, cujo título é “Soneto XXXVII”. Publicado originalmente em 1768. Do livro: Claudio Manuel da Costa, “Obras”. In A poesia dos inconfidentes: poesia completa de Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto. Organização: Domício Proença Filho. Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar, 1996.
Extraído do sítio do Portal Vermelho
Extraído do sítio do Portal Vermelho
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